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Conflito no Líbano divide Bush e Maliki
Em encontro na Casa Branca, líderes acertam deslocamento de mais soldados americanos para Bagdá
DE WASHINGTON
A primeira visita do premiê
iraquiano à Casa Branca teve
resultados divididos. Nuri al
Maliki conseguiu arrancar de
seu anfitrião, George W. Bush,
o compromisso de desviar soldados já em ação no Iraque para a capital, Bagdá. Mas o republicano não obteve em troca o
esperado apoio do líder xiita
para sua posição sobre o conflito entre Israel e Hizbollah, de
que um cessar-fogo imediato é
uma solução ineficaz.
"Eu enfatizei a importância
de um cessar-fogo imediato e
de um chamado à comunidade
internacional de apoio ao governo libanês, para ajudar o povo libanês a superar os danos e
a destruição que aconteceram",
disse Maliki na entrevista coletiva conjunta que se seguiu à visita. Ao seu lado, o presidente
norte-americano diria: "Eu falei a ele que defendo um cessar-fogo sustentável, que possa fazer a violência chegar próxima
do fim".
O pequeno mal-estar entre
os líderes foi reforçado pela
ameaça de políticos democratas de boicotar o discurso que
Maliki fará hoje no Congresso
americano -o boicote teria como motivo o fato de o iraquiano
não ter fechado 100% com as
posições do governo Bush em
relação ao conflito Israel-Hizbollah. Três senadores chegaram a dizer que lhe pedirão explicações sobre as declarações
dadas à rádio BBC, durante sua
visita ao Reino Unido.
"O que está acontecendo é
uma operação de destruição
em massa e de punição em
massa e uma operação que usa
a grande força que Israel tem, e
o Líbano, não", disse o premiê
então. "A destruição de infra-estrutura não é consistente
nem mesmo com as regras de
guerra, mesmo se nós dissermos que há uma guerra."
Analistas acreditam que Maliki, que assumiu em maio e
vem governando um Congresso dividido de um país mais dividido, não quer alienar parte
importante da população iraquiana, que simpatiza com o
grupo extremista Hizbollah.
Indagado sobre o grupo ontem,
saiu-se pela tangente, dizendo
que "o sofrimento, na verdade,
é do povo". Mas também não
pode abrir mão da ajuda americana, que promete continuar.
Depois de dizer que "a violência em Bagdá ainda é terrível", o que contrasta com o tom
positivo de seus discursos anteriores sobre a segurança do
país, Bush anunciou que deslocaria tropas americanas de outras áreas para ajudar na segurança da capital iraquiana. Não
citou números, mas seus assessores haviam vazado antes do
encontro que pode chegar a
3.500 soldados -ou o equivalente a uma brigada.
(SÉRGIO DÁVILA)
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