São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2007

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EQUADOR

Após escândalo, ministro da Economia assume Litoral

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

Às vésperas da campanha para a Assembléia Constituinte, o presidente equatoriano, Rafael Correa, afastou ontem o controverso ministro Ricardo Patiño da Economia e lhe deu o recém-criado Ministério do Litoral. A pasta tem sede em Guayaquil, principal reduto da oposição.
Colaborador próximo de Correa, o ex-ministro da Economia é o pivô do maior escândalo nos seis meses de governo do esquerdista.
Em vídeo divulgado em maio, Patiño aparece supostamente passando a uma corretora informações privilegiadas sobre a venda de títulos da dívida do país. O ministro, sob investigação da Procuradoria, nega as irregularidades e diz que autorizou a filmagem para revelar como agem os corretores.
O Ministério da Economia passa agora a Fausto Ortiz, que tem carreira no setor privado e acadêmico e que é visto como mais moderado.
Ao mesmo tempo que "rebaixa" Patiño a uma pasta menos importante, Correa reforça sua presença na importante região litorânea do Equador a dois meses da eleição da Assembléia Constituinte, em 30 de setembro.
A posse de Patiño ocorreu ontem em Guayaquil, principal centro econômico do Equador, em prédio recém-comprado pelo governo Correa, onde funcionará o chamado Governo do Litoral, com 14 subsecretarias.
Reduto de oposicionistas importantes -como o prefeito social-cristão Jaime Nebot e o empresário Alvaro Noboa, segundo colocado nas eleições presidenciais e candidato à Assembléia-, Guayaquil está na Província mais populosa do país, Guayas, que elegerá 18 dos 130 assembleístas. Também no litoral está Manabí, dona da terceira maior bancada, com oito representantes.
A convocação de uma Assembléia foi a principal bandeira da campanha de Correa, e um triunfo governista é tido como crucial para a sua estabilidade política.


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