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EQUADOR
Após escândalo, ministro da Economia assume Litoral
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
Às vésperas da campanha
para a Assembléia Constituinte, o presidente equatoriano, Rafael Correa, afastou
ontem o controverso ministro Ricardo Patiño da Economia e lhe deu o recém-criado
Ministério do Litoral. A pasta tem sede em Guayaquil,
principal reduto da oposição.
Colaborador próximo de
Correa, o ex-ministro da
Economia é o pivô do maior
escândalo nos seis meses de
governo do esquerdista.
Em vídeo divulgado em
maio, Patiño aparece supostamente passando a uma
corretora informações privilegiadas sobre a venda de títulos da dívida do país. O ministro, sob investigação da
Procuradoria, nega as irregularidades e diz que autorizou
a filmagem para revelar como agem os corretores.
O Ministério da Economia
passa agora a Fausto Ortiz,
que tem carreira no setor
privado e acadêmico e que é
visto como mais moderado.
Ao mesmo tempo que "rebaixa" Patiño a uma pasta
menos importante, Correa
reforça sua presença na importante região litorânea do
Equador a dois meses da
eleição da Assembléia Constituinte, em 30 de setembro.
A posse de Patiño ocorreu
ontem em Guayaquil, principal centro econômico do
Equador, em prédio recém-comprado pelo governo Correa, onde funcionará o chamado Governo do Litoral,
com 14 subsecretarias.
Reduto de oposicionistas
importantes -como o prefeito social-cristão Jaime
Nebot e o empresário Alvaro
Noboa, segundo colocado
nas eleições presidenciais e
candidato à Assembléia-,
Guayaquil está na Província
mais populosa do país, Guayas, que elegerá 18 dos 130
assembleístas. Também no
litoral está Manabí, dona da
terceira maior bancada, com
oito representantes.
A convocação de uma Assembléia foi a principal bandeira da campanha de Correa, e um triunfo governista é
tido como crucial para a sua
estabilidade política.
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