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Mandela perde parentes com Aids e faz alerta
DA REUTERS
O ex-presidente da África do
Sul Nelson Mandela, 84, que recentemente tem vindo a público
para denunciar a epidemia de
Aids que atinge seu país e o continente africano, revelou ontem já
ter perdido três parentes próximos em consequência da doença.
"Você não compreende o quão
doloroso é para alguém ter Aids
até alguém próximo a você morrer por causa da doença", afirmou
Mandela ao jornal britânico "The
Sunday Times".
"O que eu quero destacar é o
efeito devastador que a Aids está
tendo no meu país. Todos nós temos que nos posicionar e lutar
para que o tema seja amplamente
divulgado", disse.
A África do Sul é o país com o
maior número de infectados pelo
HIV do mundo (um em cada nove habitantes).
Mandela, principal líder negro
sul-africano e primeiro presidente do país após o fim do apartheid
(política de segregação racial) em
1994, tem procurado se distanciar
da política para a Aids de seu sucessor e afilhado político, o presidente Thabo Mbeki.
Mbeki é criticado por questionar o vínculo entre o vírus HIV e a
Aids e por sua recusa em distribuir gratuitamente remédios contra a doença nos hospitais públicos sob o argumento de que não
haveria verba suficiente.
Há algumas semanas, Mandela
reuniu-se com o sul-africano Zackie Achmat, doente de Aids e líder
da Campanha de Ação e Tratamento. Embora tenha condições
de se tratar por outros meios,
Achmat recusa-se a fazê-lo enquanto toda a população infectada do país não tiver acesso gratuito aos medicamentos.
Mandela contou ter perdido
uma sobrinha de 22 anos e mais
dois filhos de um outro sobrinho
e disse que a extensão da doença
podia ser comprovada pela lista
de óbitos publicada diariamente
nos jornais sul-africanos.
"Antes, a seção de óbitos ocupava parte de uma página. Agora,
enche duas páginas", disse.
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