São Paulo, sábado, 26 de outubro de 2002

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Guerra já matou mais de 50 mil, segundo ONGs

MÁRCIO SENNE DE MORAES
DA REDAÇÃO

O segundo conflito na república caucasiana da Tchetchênia entre rebeldes independentistas e soldados russos teve início em outubro de 1999 e, por conta da brutalidade de ambos os lados, já matou cerca de 5.000 militares russos e mais de 50 mil tchetchenos, boa parte civil, segundo organizações de defesa dos direitos humanos.
Em 1996, as Forças Armadas da Rússia deixaram a Tchetchênia humilhadas. Afinal, durante o primeiro conflito na região, entre 1994 e 1996, a administração do então presidente, Boris Ieltsin, não conseguiu debelar a insurgência e foi obrigada a aceitar um acordo de paz que, na prática, dava grande autonomia à Tchetchênia.
Porém, em 1999, após uma série de atentados na Rússia (cuja autoria ainda não foi descoberta) e a invasão da república vizinha do Daguestão por rebeldes tchetchenos, o premiê Vladimir Putin ordenou o início da segunda ofensiva militar contra os insurgentes. Sua determinação contra os tchetchenos contribuiu para sua eleição à Presidência, em 2000.
Em três anos de enfrentamentos cruéis, nos quais ambas as partes cometem graves violações aos direitos humanos, segundo fontes independentes, Moscou não consegue ter um verdadeiro controle da situação na república, cuja infra-estrutura produtiva foi totalmente devastada.
Os combates também destruíram a indústria petrolífera da região, uma das raras fontes de renda da população. Esta era estimada em 1,2 milhão de pessoas antes do segundo conflito, mas já há mais de 300 mil refugiados desde então.


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