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EUA
Maryland, onde houve 6 das 10 mortes perto de Washington, deve ser o primeiro a pedi-la, mas não quer executar o menor de idade
Estados querem pena de morte a atiradores
DA REDAÇÃO
Promotores de Maryland afirmaram ontem que acusarão os
dois suspeitos de cometer os crimes na área de Washington desde
o dia 2 de homicídio doloso pelas
seis mortes ocorridas no Estado e
pedirão a pena de morte no caso
de John Allen Muhammad, 41.
O procurador estadual Douglas
Gansler indicou que a Promotoria
não vai pedir a pena de morte no
caso de John Lee Malvo, 17, detido
junto com Muhammad, por ele
ser menor de idade.
"Não sentimos que a pena de
morte seja apropriada para menores", disse Gansler.
O Estado será o primeiro a acusar formalmente os suspeitos pelos ataques na região de Washington que deixaram dez mortos e
três feridos em Maryland, Virgínia e na capital dos EUA.
Autoridades no Alabama acusaram ontem Muhammad e Malvo
de homicídio e tentativa de homicídio no caso de um roubo em setembro que deixou uma mulher
morta e outra ferida diante de
uma loja de bebidas em Montgomery (Alabama) e disseram que
iriam pedir a pena de morte.
"Queremos enviar uma mensagem muito forte de que esse não é
o tipo de conduta que esperamos
em uma sociedade civilizada",
disse o chefe da polícia de Montgomery, John Wilson. "Vamos
usar alguém como exemplo."
Gansler anunciou os planos depois de uma reunião com promotores dos locais onde as mortes
ocorreram. Ele disse que todas as
jurisdições têm interesse no caso,
mas que o Condado de Montgomery foi "a comunidade mais afetada e mais atingida pelos ataques". Seis das mortes ocorreram
em Maryland -todas no Condado de Montgomery-, três na
Virgínia e uma em Washington.
"Os promotores envolvidos na
investigação permanecem unidos
na causa de assegurar que justiça
seja feita, que esses homens sejam
responsabilizados pelos atos que
supostamente cometeram", disse.
Mais cedo, o governador da Virgínia, Mark Warner, dissera: "Esse claramente é um caso em que a
pena de morte é apropriada".
A pena capital é adotada tanto
no Estado da Virgínia quanto no
de Maryland, mas, no último, menores não podem ser condenados
à morte. As leis da Virgínia oferecem mais instâncias nas quais a
pena pode ser aplicada, incluindo
uma adotada após 11 de setembro
que permite execuções quando o
assassino "teve a intenção de intimidar a população civil".
A Virgínia executou 86 pessoas
desde que a pena de morte foi readotada nos EUA, em 1976, mais
do que em qualquer outro Estado,
fora o Texas. No mesmo período,
o Alabama executou 23. Houve
apenas três execuções em Maryland, que, em maio último, suspendera todas as execuções sob
uma moratória imposta por seu
governador.
Mas, antes das declarações de
Gansler, o governador de Maryland, Parris Glendening, já dissera
que esse caso dava margem a que
a pena de morte fosse imposta.
"Não há nenhuma dúvida de
que esse é o tipo de incidente para
o qual essa lei foi escrita", disse
Glendening, que afirmou que a
moratória seria suspensa quando
o caso fosse concluído.
O Distrito de Colúmbia (DC),
do qual Washington faz parte,
não adota a pena de morte, mas,
se o assassinato na capital for considerado um caso federal, ela poderá ser aplicada.
Muhammad e Malvo foram
presos na madrugada de anteontem enquanto dormiam em seu
carro em uma área de descanso de
uma estrada de Maryland. Um fuzil semi-automático Bushmaster
encontrado no carro foi depois
confirmado por análises forenses
como sendo a arma utilizada nos
ataques na região de Washington.
Alívio
Ontem, pela primeira vez em
três semanas, crianças brincavam
ao ar livre na área, e o de alívio parecia substituir a ansiedade.
"Todos nós estamos suspirando
de alívio", disse o superintendente das escolas do Condado de
Montgomery, Jerry Weast. Do
outro lado do rio Potomac, no
Condado de Fairfax, o superintendente escolar Daniel Domenech escreveu em uma carta aos
pais: "Estamos muito gratos por
esse período difícil ter acabado".
Com agências internacionais
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