São Paulo, sábado, 26 de outubro de 2002

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GUERRA À VISTA

Em encontro com Jiang Zemin, presidente rechaça resolução leve

Bush atacará Iraque até sem a ONU

DA REDAÇÃO

Endurecendo seu discurso, apesar do clima diplomático do encontro no Texas com o presidente chinês, Jiang Zemin, o presidente George Bush anunciou que rechaçará qualquer resolução que o impeça de iniciar uma ação militar para desarmar o Iraque.
"Não aceitaremos uma resolução que nos impeça de fazer exatamente o que anunciamos ao povo americano: se a ONU não quiser intervir e se Saddam [Hussein, ditador iraquiano] não quiser se desarmar, encabeçaremos uma coalizão para desarmá-lo", disse.
Bush pediu ao presidente chinês que apóie a aprovação de uma resolução mais dura das Nações Unidas contra o Iraque.
"A China quer que o Iraque cumpra de modo estrito todas as resoluções da ONU", afirmou Bush, sem porém indicar qual a posição dos chineses em relação à nova proposta de resolução prevendo uma operação militar.

Coréia do Norte
Apesar de nenhuma declaração mais objetiva de Jiang indicar que a China apoiará os EUA no Conselho de Segurança da ONU, ao menos uma posição conjunta foi alcançada no encontro: ambos fizeram votos de uma península coreana sem armas nucleares.
A China é considerada a maior aliada da Coréia do Norte, país que reconheceu ter um programa secreto de desenvolvimento de armas nucleares, o que é proibido por um tratado assinado por Pyongyang em 1994 com os EUA.
O presidente chinês afirmou que não sabia do programa nuclear norte-coreano. "Estávamos completamente no escuro", disse Jiang Zemin.
Bush anunciou que o vice-presidente americano, Dick Cheney, vai visitar Pequim até meados do ano que vem, continuando uma ofensiva diplomática para a "manutenção da paz e da estabilidade no noroeste da Ásia".
A Chancelaria da Coréia do Norte propôs que Pyongyang e Washington assinem um tratado de não-agressão como forma de reiniciar as negociações entre os dois países.
"Vamos sempre preferir as negociações", disse o embaixador da Coréia do Norte nas Nações Unidas, Pak Gil-yon.
Washington ainda não anunciou se continuará a fornecer aos norte-coreanos as 500 mil toneladas de petróleo anuais previstas no tratado de desarmamento de 1994.


Com agências internacionais



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