São Paulo, sábado, 26 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Avião sofre tentativa de atentado nos EUA

Responsável é nigeriano com laços com a organização terrorista Al Qaeda, segundo congressista americano

DA REDAÇÃO

O governo dos EUA disse ontem acreditar que o incidente envolvendo a detonação de um pequeno artefato em um avião comercial, quando este se preparava para aterrissar em Detroit proveniente de Amsterdã (Holanda), foi uma tentativa de atentado terrorista.
Segundo funcionários do governo, o suposto terrorista foi detido logo depois do pouso da aeronave e afirmou à polícia em interrogatório ter tentado detonar o explosivo no Airbus A330, que fazia o voo 253 da Delta-Northwest Airlines, sob as instruções da Al Qaeda.
Ainda de acordo com os funcionários, o suspeito tentou explodir o avião, mas foi impedido por outros passageiros.
A informação de que a Casa Branca acredita tratar-se de uma tentativa de ataque terrorista não foi anunciada oficialmente, mas teve a confirmação de fontes do governo, que foram entrevistadas por agências de notícias sob anonimato.
O presidente dos EUA, Barack Obama, que chegara ontem a Honolulu (Havaí) para o início das férias, foi "notificado" do ocorrido, está "monitorando de perto" a situação com atualizações periódicas das investigações e, após teleconferência com seu principal conselheiro de contraterrorismo, John Brennan, pediu alerta redobrado nos voos no país.
O representante (deputado) republicano Peter King, que integra a Comissão de Segurança Doméstica da Câmara dos Representantes, identificou o autor da detonação como o nigeriano Abdul Mudallad, 23, que teria embarcado no avião antes da chegada a Amsterdã. King não revelou, porém, como obteve a identidade do suspeito.
Em entrevista à TV CNN, King, disse que o suposto autor da tentativa de atentado "apareceu em bancos de dados como possuindo conexões terroristas". "O meu entendimento é que ele possui ligação com a Al Qaeda, certamente com conexões extremistas. O nome apareceu muito rápido na pesquisa dos serviços de inteligência."
Inicialmente, havia sido noticiada uma explosão de pequeno porte decorrente da tentativa, por um passageiro, de acender fogos de artifício. Mais tarde, porém, novos relatos indicaram a tentativa frustrada de detonação de um artefato explosivo ainda não identificado.
Segundo o passageiro Syed Jafri, americano que regressava dos Emirados Árabes Unidos, o incidente ocorreu durante a preparação para a aterrissagem do do avião, que transportava 278 pessoas no trecho Amsterdã-Detroit. Ele disde ter notado um clarão e um cheiro de fumaça logo à sua frente.
Então, ainda segundo Jafri, "um jovem atrás de mim pulou [sobre o suposto terrorista]". "Só o que se viu depois foi muito pânico", disse o passageiro.
Segundo a companhia aérea, dois passageiros foram levados para o hospital com pequenos ferimentos. E um porta-voz do Centro Médico da Universidade de Michigan disse que um passageiro havia sido levado para lá, sem prover detalhes.
À TV Fox News King disse que, "quando detonou [o explosivo], ele mesmo acabou se ferindo. Ele tem queimadura de terceiro grau. Parece ser algo diferente do que temos visto". Segundo King, o artefato era "razoavelmente sofisticado".
O avião foi transferido para área afastada no aeroporto metropolitano de Detroit, onde estava sendo revistado pelo FBI até o fechamento da edição.
A Secretaria de Segurança Doméstica emitiu um comunicado dizendo que "os passageiros [dos demais voos] podem perceber medidas adicionais sendo colocadas em prática".


Com "New York Times" e agências internacionais


Texto Anterior: Após agressão, Bento 16 prega "generosidade"
Próximo Texto: Afeganistão: Taleban divulga imagens de soldado americano capturado
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.