|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Grupo pode mudar no poder, afirmam líderes islâmicos
DA REUTERS
Líderes islâmicos exortaram
ontem, em Davos, na Suíça, Israel
e a comunidade internacional a
aceitarem a vitória do Hamas nas
eleições legislativas palestinas,
afirmando que o grupo poderá
mudar quando chegar efetivamente ao poder.
"Se o Hamas vai formar o novo
gabinete, tendo a responsabilidade de governar, negociar e alcançar a paz, ele vai ser diferente da
organização cujos simpatizantes
estão constantemente nas ruas",
declarou Amr Moussa, presidente
da Liga Árabe.
Hajim Alhasani, presidente do
Parlamento iraquiano, disse que o
Fatah, que perdeu as eleições palestinas, a Organização pela Libertação da Palestina e o Likud, partido de Israel, também eram considerados terroristas, mas aderiram ao processo de paz.
"Trata-se de algo positivo para
os palestinos. Talvez acabemos
vendo o Hamas como o Likud da
Palestina", disse Alhasani. "Façamos de seus membros parte do
processo político, e, no fim das
contas, eles deverão ser práticos e
precisarão apresentar soluções a
seu povo", acrescentou Alhasani.
O presidente afegão, Hamid
Karzai, seguiu a mesma linha: "Se
o povo palestino decidiu votar no
Hamas, deveríamos respeitar essa
decisão e dar uma chance ao grupo para que ele possa mostrar como será seu governo".
Já o ditador paquistanês, Pervez
Musharraf, disse que os maiores
desafios para o Hamas serão assegurar o desenvolvimento e a segurança nos territórios palestinos.
"Não fechemos a porta para o
Hamas antes de avaliarmos suas
atitudes no poder", disse Musharraf. "Também será preciso pressionar o outro lado, Israel, para
que haja negociações. Enquanto
uns devem aceitar a existência de
Israel, outros precisam entender a
necessidade da criação de uma
verdadeira pátria palestina. É preciso dar uma chance ao Hamas",
completou o ditador paquistanês.
A rainha Rania, da Jordânia,
afirmou que o resultado das eleições representa tanto uma "reação da população palestina contra
as agruras seu cotidiano, como
contra a falta de segurança, a corrupção, a humilhação, os postos
de controle [israelenses] e a falta
de acesso a serviços básicos",
quanto um voto de confiança dado ao Hamas.
"Ainda precisaremos ver como
Hamas agirá quando estiver no
poder, já que seus membros terão
de arcar com a responsabilidade
de conduzir a política palestina",
afirmou a rainha Rania.
Irã
O Irã, por sua vez, saudou a vitória do Hamas nas eleições palestinas e disse esperar que o resultado
vá fortalecer a "resistência contra
Israel", de acordo com declaração
oficial da Chancelaria iraniana.
Os EUA e Israel acusam Teerã de
armar e financiar grupos terroristas palestinos, mas o Irã diz que só
lhes dá apoio moral.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Constituição dos palestinos não previa pluralismo Próximo Texto: Choque no Oriente Médio: Israel não negociará com Hamas armado Índice
|