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CHOQUE NO ORIENTE MÉDIO
Premiê israelense faz reunião de emergência com o gabinete; ministro da Defesa diz que plano de paz americano é ainda atual
Israel não negociará com Hamas armado
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro interino
israelense, Ehud Olmert, publicou ontem à noite comunicado
em que afirma que seu país "não
negociará com um governo palestino, caso ele seja em parte formado por uma organização terrorista armada, que defende a destruição de Israel".
O texto foi publicado depois de
encontro de emergência do gabinete israelense, que discutiu por
três horas as possíveis conseqüências da vitória do Hamas nas eleições parlamentares palestinas.
O ministro da Defesa, Shaul
Mofaz, um dos participantes da
reunião, disse que Israel insistirá
com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, para que ele cumpra o compromisso de desarmar
as organizações terroristas palestinas.
Mofaz também disse que o plano de paz patrocinado pelos Estados Unidos continua a ser "o único caminho existente".
Por meio dessas duas reações
oficiais, a do premiê e a do ministro da Defesa, o governo israelense foi firme, mas, ao mesmo tempo, deixou uma porta diplomática entreaberta. Negociará a paz se
Abbas desarmar o Hamas e este
reconhecer o Estado de Israel.
Esse roteiro não foi ontem, porém, o mais evocado. A vitória
eleitoral do Hamas fortalecerá em
Israel aqueles que acreditam não
ter um interlocutor palestino para
negociar e encorajará o prosseguimento de iniciativas unilaterais, disse o cientista político Yossi Alpher, à Associated Press.
O líder do Partido Trabalhista,
Amir Peretz, fez discurso na mesma linha. A seu ver, a tendência é
optar pelo unilateralismo.
Os trabalhistas são aliados em
potencial do Kadima, caso este
encabece as votações nas legislativas de março. O partido foi criado
por Ariel Sharon, inconsciente
desde o derrame que teve em 4 de
janeiro último.
Pelo unilateralismo, o governo
israelense poderia traçar uma nova fronteira na Cisjordânia, sem
consultar a Autoridade Nacional
Palestina. A retirada de Gaza por
Sharon também foi unilateral.
O ex-premiê Benyamin Netanyahu, líder do Likud e adversário
de negociações com os palestinos,
disse que a vitória do Hamas se
devia à retirada de Gaza, à qual ele
se opôs. Sem a presença israelense, argumentou, o território se
tornou um viveiro de terroristas.
O presidente israelense, Moshe
Katsav, disse que paz será um objetivo enganoso a não ser que os
militantes islâmicos "reconheçam
o direito de existência de Israel e
renunciem ao terror".
A ministra israelense das Relações Exteriores, Tzipi Livni, lançou um apelo para que a União
Européia evite a formação de um
"governo terrorista", depois da
ampla maioria parlamentar que o
Hamas conquistou. A UE financia
programas de desenvolvimento
na Cisjordânia e em Gaza. A suspensão desse financiamento seria
uma forma de pressão.
Com agências internacionais
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