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São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 2003

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Para Rússia, resolução belicosa é "inaceitável"

DA REDAÇÃO

A Rússia considera "inaceitável" uma resolução da ONU que abra caminho, automaticamente, para uma guerra contra o Iraque, disse ontem o presidente Vladimir Putin após uma reunião com o chanceler (premiê) alemão, Gerhard Schröder, em Moscou.
Mas o chefe dos inspetores da ONU, o sueco Hans Blix, afirmou que o Iraque ainda não tinha tomado a "decisão fundamental" de desarmar-se, embora, recentemente, tenha indicado que sua cooperação com os inspetores da ONU seria intensificada.
A resolução que poderá abrir caminho para a guerra começa a ser debatida hoje no Conselho de Segurança da ONU, no qual os planos de guerra dos EUA enfrentam forte resistência de França, Rússia, China, Alemanha e Síria. Estas argumentam que uma segunda resolução ainda não é necessária e crêem que os inspetores da ONU devam ter mais tempo para completar seu trabalho.
Os EUA têm o apoio de Reino Unido, Espanha e Bulgária no CS. E exercem pressão sobre os países que ainda não definiram claramente sua posição -México, Chile, Angola, Guiné, Camarões e Paquistão. Este deverá abster-se por ser aliado dos EUA, mas majoritariamente muçulmano.
O governo mexicano parece começar a ceder à pressão americana. O presidente Vicente Fox teria dito que o interesse-chave do país é ter boas relações com os EUA.
Para aprovar uma resolução no CS são necessários 9 dos 15 votos, contanto que nenhum dos cinco membros permanentes (EUA, Reino Unido, China, França e Rússia) apresente um veto. A estratégia dos EUA parece ser buscar os nove votos e obrigar franceses, chineses ou russos a ter de vetar o projeto e a assumir a responsabilidade pela falta de consenso.
O Canadá concebeu sua proposta de resolução da crise, buscando um meio-termo entre as posições americana e francesa. O país quer que seja dado um prazo -até o final de março- para que Bagdá cumpra uma lista de exigências de desarmamento preparada pelos inspetores da ONU.


Com agências internacionais


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