São Paulo, domingo, 27 de maio de 2007

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Intolerância preocupa atriz de novelas da Globo

DE CARACAS

Um rosto conhecido do público brasileiro está entre os 2.800 funcionários da RCTV afetados pelo fim da concessão do canal. Depois de trabalhar em quatro novelas da Globo, a atriz venezuelana Elena Toledo, 32, voltou recentemente ao seu país para atuar no folhetim "Mi Prima Ciela". No ar há menos de um mês, deixará órfão um público de cerca de 3 milhões de telespectadores.
"Tem gente da novela que está arrasada", conta Toledo, em português quase perfeito, durante encontro num café de Caracas, na última sexta-feira. "Só que, mais preocupante do que o fim da novela, é a intolerância para escutar uma opinião contrária, diferente."
Fora da Venezuela desde 2001, Toledo voltou há seis meses. No período em que esteve no Brasil participou das novelas "Vale Todo" (versão em espanhol), "Kubanacan"(2003), "América" (2005) e "Cabocla" (2004), onde fez seu papel mais marcante, uma sensual dançarina espanhola de nome Pepa.
Em "Mi Prima Ciela", ela vive Rocío Tejera, mãe biológica da protagonista da novela, Graciela Andreína. Nos capítulos que foram ao ar na semana passada, a mocinha está a ponto de descobrir toda a verdade.
Mãe? "No começo, eu fiquei receosa", admite Toledo, moça de sorriso fácil que sem esforço poderia se misturar a um grupo de jovens de classe média. "Depois me explicaram que eu tive a minha filha com 14 anos e que na história ela teria 18 anos".
Por agora, a atriz não corre o risco de ficar desempregada. Mesmo fora do ar, a RCTV continuará gravando a novela até o final, explica Toledo, pois foi vendida a um canal de Miami, onde estréia no próximo dia 8. "A RCTV passa a ser uma produtora independente."
Sobre o futuro, diz que ainda não decidiu se fica na Venezuela -recebeu convite para protagonizar um longa-metragem- ou se aceita uma proposta vinda dos EUA. "No trabalho em si está tudo bem, a novela está superlegal, mas tem o negócio do canal e do país", diz.
Toledo preferiu não comentar como vê o governo Chávez, mas diz sentir falta do país que deixou. "Quero de novo ver a Venezuela de paz e liberdade onde eu sempre morei. Tenho saudades dessa Venezuela." (FM)


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