São Paulo, quarta-feira, 27 de maio de 2009

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"New York Times" diz ter desperdiçado "furo" sobre Watergate

Ex-integrantes do jornal afirmam que foram avisados pelo FBI sobre esquema de espionagem de Nixon

DA REDAÇÃO

O "New York Times" revelou anteontem que tinha informações, em 1972, que poderiam ter permitido ao jornal chegar às mesmas informações, publicadas pelo rival "Washington Post", que levaram à renúncia do então presidente dos EUA, Richard Nixon (1969-1974).
A revelação indica que o FBI, a polícia federal americana, foi responsável por mais de uma tentativa de vazar informações sobre Nixon para a imprensa.
Uma série de reportagens dos jornalistas do "Post" Bob Woodward e Carl Bernstein, iniciadas após a invasão da sede nacional do Partido Democrata, no prédio Watergate, em Washington, trouxeram à luz um esquema de ilegalidades montado pelo governo Nixon para vigiar inimigos políticos -e também aliados.
Woodward e Bernstein receberam de um investigador de alta patente do FBI, Mark Felt -cuja identidade foi mantida oculta até 2005- informações que demonstravam que o sistema paralelo de vigilância e espionagem chegava até a Casa Branca, passando ao largo das instituições formais de investigação do país.
Pois agora um ex-editor do "Times", Robert H. Phelps, e um repórter do jornal à época, Robert M. Smith, afirmam terem recebido informações parecidas de outro agente do FBI, justamente o chefe de Felt e diretor do órgão, L. Patrick Gray.
Smith diz ter sido informado, durante um almoço com Gray, de que o secretário da Justiça dos EUA à época estivera envolvido na tentativa de grampear a sede dos democratas.
"Isso envolve alguém acima dele?", ele diz ter perguntado. "Sim", teria sido a resposta. "O presidente?", insistiu. Segundo Smith, Gray o encarou sem dar uma resposta negativa.
O repórter então relatou o que havia acontecido ao seu editor, Phelps. Porém não deu prosseguimento à apuração, já que o seu almoço com Gray acontecera no seu último dia de trabalho no jornal. Ele havia decidido estudar direito em Yale e abandonar o jornalismo.
Phelps diz agora não se recordar se algum esforço foi feito para investigar a história. Ele próprio saiu de férias uma semana depois da conversa.
O almoço de Smith com o diretor do FBI aconteceu em agosto, dois meses depois da tentativa de grampo no Watergate. Em outubro, o "Washington Post" trouxe reportagem segundo a qual agentes do FBI haviam estabelecido o nexo entre a tentativa de espionagem no edifício e integrantes da campanha de Nixon.

Com agências internacionais



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