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"New York Times" diz ter desperdiçado "furo" sobre Watergate
Ex-integrantes do jornal afirmam que foram avisados pelo FBI sobre esquema de espionagem de Nixon
DA REDAÇÃO
O "New York Times" revelou
anteontem que tinha informações, em 1972, que poderiam
ter permitido ao jornal chegar
às mesmas informações, publicadas pelo rival "Washington
Post", que levaram à renúncia
do então presidente dos EUA,
Richard Nixon (1969-1974).
A revelação indica que o FBI,
a polícia federal americana, foi
responsável por mais de uma
tentativa de vazar informações
sobre Nixon para a imprensa.
Uma série de reportagens
dos jornalistas do "Post" Bob
Woodward e Carl Bernstein,
iniciadas após a invasão da sede
nacional do Partido Democrata, no prédio Watergate, em
Washington, trouxeram à luz
um esquema de ilegalidades
montado pelo governo Nixon
para vigiar inimigos políticos
-e também aliados.
Woodward e Bernstein receberam de um investigador de
alta patente do FBI, Mark Felt
-cuja identidade foi mantida
oculta até 2005- informações
que demonstravam que o sistema paralelo de vigilância e espionagem chegava até a Casa
Branca, passando ao largo das
instituições formais de investigação do país.
Pois agora um ex-editor do
"Times", Robert H. Phelps, e
um repórter do jornal à época,
Robert M. Smith, afirmam terem recebido informações parecidas de outro agente do FBI,
justamente o chefe de Felt e diretor do órgão, L. Patrick Gray.
Smith diz ter sido informado,
durante um almoço com Gray,
de que o secretário da Justiça
dos EUA à época estivera envolvido na tentativa de grampear a sede dos democratas.
"Isso envolve alguém acima
dele?", ele diz ter perguntado.
"Sim", teria sido a resposta. "O
presidente?", insistiu. Segundo
Smith, Gray o encarou sem dar
uma resposta negativa.
O repórter então relatou o
que havia acontecido ao seu
editor, Phelps. Porém não deu
prosseguimento à apuração, já
que o seu almoço com Gray
acontecera no seu último dia de
trabalho no jornal. Ele havia
decidido estudar direito em Yale e abandonar o jornalismo.
Phelps diz agora não se recordar se algum esforço foi feito para investigar a história. Ele
próprio saiu de férias uma semana depois da conversa.
O almoço de Smith com o diretor do FBI aconteceu em
agosto, dois meses depois da
tentativa de grampo no Watergate. Em outubro, o "Washington Post" trouxe reportagem
segundo a qual agentes do FBI
haviam estabelecido o nexo entre a tentativa de espionagem
no edifício e integrantes da
campanha de Nixon.
Com agências internacionais
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