São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 2002

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Exército de Israel intensifica ataque a Hebron

DA REDAÇÃO

Israel intensificou suas operações militares em Hebron, uma das sete cidades palestinas da Cisjordânia que estão sendo alvo de ofensiva israelense em resposta à recente onda de atentados que deixou 31 mortos em Jerusalém e em um assentamento judaico.
Helicópteros israelenses dispararam contra um prédio da Autoridade Nacional Palestina na cidade. Não houve vítimas. No dia anterior, o mesmo prédio, que serve de prefeitura, já havia sido alvejado por Israel.
Cerca de 120 palestinos que estavam refugiados dentro do prédio governamental se entregaram para os soldados. De acordo com o Exército de Israel, apenas 20 continuam presos e foram levados para interrogatório. Eles estariam em lista de procurados por Israel.
Pelo menos 15 pessoas, provavelmente integrantes do Fatah (facção política de Iasser Arafat), continuavam refugiadas dentro do prédio, segundo o Exército de Israel.
"Temos todo o tempo do mundo para esperar eles saírem. Aos poucos eles irão deixar o prédio", disse o tenente-coronel de Israel David Blumenfeld, que comanda as operações na cidade palestina. Estavam sendo utilizados megafones para exigir a retirada dos palestinos que permaneciam dentro do prédio da ANP.
Ao todo, cerca de 40 palestinos já foram presos na ofensiva israelense em Hebron e cerca de cem bombas foram confiscadas, segundo o Exército.
No campo de refugiados de Jenin, um palestino de seis anos foi morto por disparos de tanques israelenses. Um outro menino, de 12 anos, foi ferido nas pernas.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, continua cercado por tanques de Israel em seu quartel-general em Ramallah. Desta vez o líder palestino pode receber visitas, diferentemente do que ocorreu na operação israelense "Muro Protetor", entre março e maio.

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O toque de recolher continuava vigorando ontem nas sete cidades palestinas ocupadas por Israel na Cisjordânia. Os moradores podem sair de casa por cerca de quatro horas durante a tarde. Eles utilizam esse horário para comprar alimentos e mantimentos.
Ontem, porém, muitos dos palestinos usaram as poucas horas de liberdade de movimento para assistir à vitória do Brasil sobre a Turquia na Copa do Mundo. Bares e restaurantes de Ramallah ficaram cheios.
Em Jericó, única grande cidade na Cisjordânia que não está ocupada por Israel, cresceu o temor de uma ofensiva israelense. O Hamas não foi alvo de ofensiva ontem em Gaza, apesar das ameaças de Israel.
Israel iniciou campanha ontem para pressionar a Agência da ONU de Ajuda aos Refugiados Palestinos a combater o terror. Segundo os israelenses, a agência "fecha os olhos" para as atividades terroristas em campos de refugiados.


Com agências internacionais


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