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Insurgentes se abrem a trégua no Iraque
Segundo parlamentares, sete grupos colocam condições, mas estão dispostos a negociar com o governo
DA REDAÇÃO
Em um dia em que ataques
sectários mataram ao menos
40 pessoas no Iraque, sete grupos insurgentes árabe-sunitas
ofereceram ao governo uma
trégua condicional, segundo
afirmaram ontem dois parlamentares iraquianos.
A iniciativa ocorre um dia depois que o premiê Nuri al Maliki propôs um plano nacional de
reconciliação com 24 pontos,
entre eles uma anistia aos presos não envolvidos em atos de
terrorismo, em crimes de guerra ou contra a humanidade.
De acordo com Hassan al Suneid, um árabe xiita do mesmo
partido de Maliki (Dawa), está
em discussão um encontro entre o premiê e líderes dos grupos ou seus intermediários.
A aproximação foi confirmada pelo curdo Mahmoud Othman, aliado do presidente Jalal
Talabani, que manteve encontros com sete grupos insurgentes há cerca de dois meses.
"Os grupos disseram que estão prontos para baixar armas,
mas eles têm algumas condições. A iniciativa de Maliki pode ajudá-los a integrar o processo político", disse Othman,
sem detalhar as condições.
Suneid deu os nomes de seis
dos sete grupos que teriam
abordado o governo: Brigadas
da Revolução de 1920, Exército
de Mohammed, Heróis do Iraque, Grupo 9 de Abril, Brigadas
al Fatah e Brigadas do Comando Geral das Forças Armadas.
Não está claro que representatividade eles têm.
"Espero que esses grupos sejam os mesmo que fizeram contatos com o presidente Talabani e que agora eles estejam ampliando seus contatos. Eles estão mais sérios depois do anúncio do plano", disse Suneid.
Othman disse ainda que os
grupos também buscaram contatos com as forças americanas.
O governo iraquiano e os
EUA não confirmaram nem negaram os relatos.
Reservas
O plano de reconciliação de
Maliki foi recebido com reserva
por setores xiitas e sunitas.
O vice-presidente Tareq al
Hashemi (sunita) reclamou do
fato de a proposta não estabelecer um cronograma para a retirada das forças americanas.
"Deixar vago o tema da retirada equivale a dizer à resistência: continuem sua luta para liberar o Iraque", afirmou.
Já o líder xiita Sahib al
Amery disse que o plano não
pune com rigor os ex-membros
do Baath, partido do ex-ditador
Saddam Hussein.
Ontem, os EUA confirmaram
que está em discussão um plano que posterga a retirada de
parte das tropas americanas.
O plano anterior previa a saída de duas brigadas, o equivalente a 7.000 homens, no primeiro semestre deste ano. Pela
nova proposta, a retirada desses soldados ocorreria em setembro, com a redução de outras cinco ou seis brigadas até o
final de 2007.
Mas o presidente George W.
Bush minimizou a notícia, reiterando que qualquer decisão
vai depender de avanços na situação de segurança no Iraque.
Ontem, a explosão de uma bicicleta-bomba em Baquba, um
reduto da insurgência sunita,
matou ao menos 25 pessoas e
feriu 33. Minutos antes, uma
bomba explodira em um mercado de Hillah, de predominância xiita, matando ao menos 15
e ferindo 56. Outros incidentes
provocaram mais 22 mortes.
A Chancelaria russa confirmou que foram mortos os quatro funcionários de sua embaixada em Bagdá seqüestrados há
quatro semanas. Também ontem, dez estudantes sunitas foram seqüestrados.
Com agências internacionais
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