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ACORDO
Sánchez de Lozada e Paz Zamora fecham pacto que tira chances de cocaleiro
Coalizão deve eleger liberal na Bolívia
RODRIGO UCHÔA
DA REDAÇÃO
Gonzalo Sánchez de Lozada garantiu anteontem os votos necessários para se eleger presidente da
Bolívia pelo Congresso, no segundo turno indireto no próximo dia
4 de agosto. Ele fechou uma aliança que parecia improvável com o
ex-presidente (1989-93) Jaime Paz
Zamora, do MIR (Movimento da
Esquerda Revolucionária), quarto no primeiro turno (por voto
popular) das eleições presidenciais, ocorrido em 30 de junho.
O líder dos plantadores de coca
Evo Morales, que só ficou atrás de
Lozada no primeiro turno, fica
agora sem chances de superar os
votos da coalizão acertada anteontem.
O liberal Sánchez de Lozada,
presidente de 1993 a 97, e o social-democrata Paz Zamora trocaram
insultos violentos na campanha
presidencial. Os miristas chamavam Lozada de "gringo vendedor
da pátria", por causa da política
de privatizações do ex-presidente.
"O MIR sofreu uma pressão fortíssima do empresariado e acabou
optando pela tese da "governabilidade". Ou seja, antes coligar-se ao
inimigo político do que colocar-se
contra o capital", disse o cientista
político Tito Zambra.
Zamora atravessou "rios de
ódio", segundo o jornal pacenho
"La Razón". O diário faz um trocadilho com a frase "atravessar
rios de sangue", usada por Zamora para definir o acordo que levou
o ex-ditador Bánzer, seu inimigo
político, à Presidência, em 1997.
Para Zambra, a radicalização e o
antagonismo entre Sánchez e Evo
Morales favoreceram o primeiro.
"Ante a possibilidade de termos
um governo frágil, que faça o país
também frágil, escutei o pedido
de cooperação do ex-presidente
Sánchez", disse Paz Zamora, ao
anunciar a aliança.
"Espero que os outros partidos
façam uma oposição construtiva", disse Sánchez de Lozada,
num claro recado ao MAS (Movimento ao Socialismo), partido de
Evo Morales. Morales já disse que
pretende bloquear todas as estradas do país se não for eleito.
Com agências internacionais
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