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INDONÉSIA
Em decisão considerada histórica, tribunal declara Hutomo Mandala Putra culpado de mandar matar um juiz
Filho de Suharto é condenado a 15 anos de prisão
DA REUTERS
Um tribunal indonésio condenou o filho mais novo do ex-ditador Suharto a 15 anos de prisão
por pagar um assassino profissional para matar um juiz da Suprema Corte e outros crimes.
Hutomo "Tommy" Mandala
Putra saiu do tribunal alegando
estar com diarréia antes de o veredicto ser anunciado ontem.
A sentença foi a mesma pedida
pela Promotoria pelas acusações
de planejar a morte do juiz Syafiuddin Kartasasmita -que condenara Tommy por extorsão em
2000- , posse ilegal de armas e
fuga da Justiça após ter sido condenado por extorsão.
Mas a Promotoria havia pedido
a pena de morte pela acusação de
homicídio. Segundo analistas, isso significa que, apesar de a sentença ser uma vitória simbólica
para a presidente Megawati Sukarnoputri e o desacreditado Judiciário, ainda falta muito para os
210 milhões de indonésios acreditarem em seu sistema judicial.
"O réu deu dinheiro a um assassino para que ele seguisse suas ordens. Os juízes não encontraram
razões para anular a responsabilidade do réu. O réu, portanto, tem
de ser declarado culpado", disse
Andi Samsam Nganro, um dos
cinco juízes do caso.
Tommy, que foi detido pela polícia em novembro passado após
ficar um ano foragido, nega ter
planejado o assassinato de Syafiuddin, morto a tiros em seu carro em plena luz do dia, há um ano.
Os advogados de defesa de
Tommy afirmaram que as acusações eram infundadas e que apelariam da decisão por achar que
"a mídia pressionou os juízes".
O caso de Tommy e outros envolvendo indonésios proeminentes têm sido vistos como um teste
para a promessa de Megawati de
tornar o país um lugar mais justo
após décadas de autoritarismo.
Durante o governo de seu pai,
que durou 32 anos, até 1998,
Tommy -o filho caçula de Suharto e administrador de fábricas
de produtos tão variados quanto
carros e temperos- era visto como um playboy que ganhava milhões por causa de suas conexões.
Ele e sua família eram tidos como
pessoas "acima da lei".
"É um marco que alguém tão
poderoso quanto Tommy seja arrastado a um tribunal", disse
Maswadi Rauf, analista político
da Universidade da Indonésia.
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