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País tem desemprego de 50% e depende de importações
DA ENVIADA A DÍLI
Na capital timorense, Díli, a
população se pergunta como
resolver o desemprego, que
atinge até 50% da população, a
dependência de importações, a
infra-estrutura precária e a dificuldade de fazer a economia
andar com as próprias pernas.
O Estado é hoje o principal
empregador, com 20 mil funcionários e salários que variam
de US$ 106 a US$ 384 mensais
líquidos. Alguns poucos conseguem trabalho nas organizações internacionais, e o restante sobrevive de agricultura e comércio informal nas ruas.
A agricultura é a base da economia, mas parcela significativa da comida (principalmente
os produtos industrializados) é
importada da Indonésia. A
moeda é o dólar.
Os timorenses circulam pela
cidade em pequenas vans abarrotadas, a um preço de US$
0,25. Privilegiados que têm famílias no exterior podem pagar
mais facilmente um carro,
transformado em táxi na maioria das vezes. Os cortes de energia são freqüentes.
As famílias são grandes, cada
casal tem em média sete filhos.
Rinha de galo é a diversão local.
Díli é cercada por montanhas
e praias protegidas por uma
barreira de corais, o que lhe
confere um potencial turístico
-desde que a paz se sustente.
A presença maciça de funcionários internacionais - integrantes de tropas da ONU e
funcionários de ONGs - trouxe uma espécie de mercado paralelo. Nos bares e restaurantes
freqüentados por estrangeiros,
um prato de comida não sai por
menos de US$ 10. Uma cerveja
custa US$ 3. Aluguéis estão acima de US$ 1.000, geralmente
casas bastante simples e apertadas. Há pequenos supermercados com produtos vindos de
Cingapura e da China.
A ONU lidera uma força de
paz no país, com um contingente de quase 1.600 homens, o
que garante a sensação de segurança na cidade, e uma demanda por serviços.
Apesar da forte presença dos
ex-colonizadores portugueses,
da ajuda australiana e da intensa relação comercial com a Indonésia, a presença da China é
cada vez mais visível, a começar
pela arquitetura. Foi um presente de Pequim o novo prédio
do Ministério das Relações Exteriores, o mais vistoso do país.
A futura sede da Presidência
também está sendo erguida por
chineses.
Primeiro país a reconhecer a
independência timorense, em
2002, a China vem ganhando
contratos. Um deles prevê a
compra de dois barcos de patrulha chineses e o outro, a instalação de plantas de geração
de eletricidade.
Apesar de o português ser
idioma oficial, praticamente
não se ouve a língua nas ruas. A
ausência se deve em grande
parte ao fato de muitos jovens
terem sido educados em indonésio no período de ocupação.
(LS)
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