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Impacto político de vazamento ainda é incerto
DE WASHINGTON
Apesar da forte grita internacional provocada pelo vazamento dos documentos do
Afeganistão ao site WikiLeaks, analistas afirmam que
é cedo para prever mudanças
de estratégia e questionam
comparações com os chamados "Pentagon Papers".
Trata-se de um vazamento
de forte impacto político,
ocorrido em 1971, de um estudo estratégico sobre a Guerra
do Vietnã. Ele mostrou que o
governo manipulava informações e havia decidido aumentar os combates convencionais antes de receber permissão do Congresso.
O atual vazamento também mostra discrepâncias
entre a propaganda do governo -agora sobre a guerra no
Afeganistão- e os relatos em
campo, mas ainda não revelou uma novidade absoluta
ou uma mentira absurda.
"Não acho que podemos
comparar", disse à Folha
Barry Posen, especialista em
Afeganistão do MIT (Instituto
de Tecnologia de Massachusetts). "Os "Pentagon Papers"
continham anos de decisões
estratégicas de alto nível, e
esse vazamento tem informações táticas, de campo."
Para ele, o crucial dos documentos do WikiLeaks é
mostrar que "as coisas estão
ainda piores do que pensávamos". "Os paquistaneses são
menos confiáveis, o Taleban
é mais forte. A Casa Branca
não sabe o que está fazendo e
distorce a realidade."
Para o analista Richard Tofel, do site ProPublica, a
maior semelhança entre o caso atual e o de 1971 é que ambos são relativos a governos
americanos que já saíram do
poder. Esse é um argumento
de Barack Obama para se defender -o período dos dados, 2004 a 2009, é quase todo anterior à sua estratégia.
Bruce Riedel, analista do
Instituto Brookings e colaborador da Casa Branca, disse à
Folha que "sem dúvida o vazamento será usado pelos
críticos da guerra". "Mas o
presidente está comprometido com a estratégia, e ela
não vai mudar."
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