São Paulo, sexta-feira, 27 de agosto de 2004

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Ataques durante marcha xiita deixam pelo menos 74 mortos

DA REDAÇÃO

Uma marcha pacífica que marcaria, ontem, a celebração do acordo de paz em Najaf acabou com pelo menos 74 mortos após uma série de ataques visando as dezenas de milhares de xiitas que, a pedido do grão-aiatolá Ali al Sistani, convergiram para a região.
Os ataques ocorreram em Najaf, cidade no sul do Iraque que concentra os principais templos do xiismo e que se tornou maior foco de tensão do país, e na vizinha Kufa. Na primeira, pelo menos 15 simpatizantes de Al Sistani foram mortos e 65 foram feridos. Segundo testemunhas, atiradores abriram fogo contra policiais que tentavam controlar a multidão, que, por sua vez, reagiram a tiros.
"De repente, homens armados se juntaram ao nosso grupo e começaram a atirar contra os policiais, e os policiais responderam atirando para tudo quanto é lado", disse à agência Reuters de notícias Hazim Kareem, um dos feridos levado a um hospital local. Um funcionário do estabelecimento afirmou que o necrotério ali estava lotado.
Em Kufa, a principal mesquita da cidade foi atacada com morteiros no momento em que centenas de seguidores do clérigo radical xiita Moqtada al Sadr se preparavam para ir a Najaf. Pelo menos 27 pessoas morreram. Paralelamente, nas ruas, ao menos 20 fiéis que já estavam a caminho da cidade sagrada foram mortos a tiros.
Ainda não está claro quem executou os ataques. O comando americano disse ter suspendido suas operações na região a pedido do governo interino iraquiano. O Ministério da Saúde anunciou que, até a noite de ontem, havia ao menos 74 mortos e 315 feridos.
Al Sadr comanda o Exército Mehdi, milícia que desde o último dia 5 trava combates diários com as forças iraquianas e americanas na região. Al Sistani, o mais respeitado líder xiita do país, foi a Najaf negociar um cessar-fogo após tentativas frustradas do governo. Segundo relatos de agências de notícias, as tensões se acalmaram com o anúncio do acordo.


Com agências internacionais

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