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Grécia vê ação criminosa em incêndio; mortos são 60
A três semanas das eleições, premiê diz ser impossível focos em tantos lugares
Fogo chega perto do sítio
arqueológico de Olímpia;
governo grego oferece até
1 milhão de euros para
quem delatar incendiários
DA REDAÇÃO
Num domingo em que o número de mortos subiu para 60 e
o sítio arqueológico de Olímpia
foi ameaçado, os gregos se perguntavam quais os motivos dos
incêndios florestais que começaram na sexta-feira. Para o governo, eles são criminosos.
O primeiro-ministro da Grécia, Costas Karamanlis, apontou um plano incendiário: "Que
tanto fogo tenha começado ao
mesmo tempo em tantos lugares não pode ser coincidência".
Ontem, o governo anunciou
recompensas de 100 mil a 1
milhão para quem denunciar
pessoas que tenham ateado fogo nas florestas. Quem perdeu
sua casa receberá 10 mil.
Dez pessoas acusadas de incêndio voluntário ou de negligência foram presas, e os bombeiros encontraram ontem vários artefatos incendiários no
norte e no oeste de Atenas.
Um editorial do jornal conservador "Apogevmatini" denunciou "um plano contra a
pátria" para "criar problemas
ao governo antes das eleições
de 16 de setembro".
O chefe da oposição socialista, Georges Papandreou, acusa
o governo de não ter recrutado
um número suficiente de bombeiros. "O gabinete no poder se
apresenta como uma vítima,
refere-se a complôs e a planos
organizados para encobrir suas
próprias responsabilidades."
Brigas políticas à parte, o fato
é que o fogo quase destruiu o
santuário de Olímpia, dedicado
a Zeus e palco dos Jogos Olímpicos por séculos desde 776
a.C.. Há ali um museu com um
rico acervo, incluindo uma estátua do deus Hermes feita por
Praxíteles. O coração de Pierre
de Coubertin, fundador das
Olimpíadas modernas, está ali.
O fogo começou a se aproximar de Olímpia no sábado à
noite, e sinos das igrejas soaram na cidade de Kolyri antes
que os moradores recolhessem
suas coisas e fugissem.
"Aqui está o contraste: a Grécia antiga deu ao mudo a civilização, e a Grécia moderna dá a
destruição", disse um morador
da região à TV Alter.
"Não sabemos o tamanho do
prejuízo em Olímpia, mas o importante é que o museu está
como era e que o sítio arqueológico não terá nenhum problema", afirmou o ministro da
Cultura, George Voulgarakis.
Ajuda
"O fogo está queimando em
mais da metade do país", disse o
porta-voz dos bombeiros, Nikos Diamandis. "Este é definitivamente um desastre sem precedentes na Grécia."
O país pediu auxílio à União
Européia -Bruxelas diz que é a
maior ajuda já dada desde que a
UE criou um mecanismo de
proteção civil em 2001. Até
amanhã, 11 países mandarão
aeronaves que despejam água
contra o fogo -Itália, França e
Chipre já o fizeram. Israel, Rússia e Suíça também enviaram
equipamentos.
Com agências internacionais
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