São Paulo, domingo, 27 de outubro de 2002

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GUERRA SEM LIMITES

Milhares se reúnem em cidades americanas e ao redor do mundo e pedem fim das ameaças ao Iraque

EUA vivem dia de manifestações pacifistas

DA REDAÇÃO

Milhares de pessoas participaram ontem, numa esplanada do centro de Washington, de uma manifestação contra uma possível intervenção militar dos Estados Unidos no Iraque. A maior concentração ocorreu em frente ao memorial à Guerra do Vietnã.
Líderes de movimentos religiosos, especialmente muçulmanos, e grupos de ex-militares pediam que as autoridades norte-americanas interrompessem as ameaças de guerra ao Iraque.
"Não à guerra", "Parem a guerra contra o Iraque", "Dinheiro para empregos, não para a guerra": isso era o que se lia nos cartazes empunhados pela multidão.
Os protestantes exigiam que o governo dos EUA abandonasse o plano de guerra contra o líder iraquiano Saddam Hussein e empregasse os US$ 200 bilhões que a ação militar custaria em programas sociais.
Organizada por uma coalizão de grupos de defesa dos direitos civis, de justiça social e de comitês contra a guerra, a manifestação dirigiu-se ao longo do dia numa marcha em direção à Casa Branca (sede do governo dos EUA).
Os organizadores avaliaram que cerca de 100 mil pessoas participaram do movimento, que foi considerado "a maior demonstração antibelicista desde o início dos anos 1970, durante a Guerra do Vietnã. A polícia de Washington não deu nenhuma informação oficial sobre o número de manifestantes.
Outras manifestações ocorreram em São Francisco (Califórnia) e Chicago (Illinois), assim como na Alemanha, México, Japão, Coréia do Sul e em outros países ao redor do mundo.
Milhares de manifestantes se reuniram em cidades da Europa pedindo o fim das ameaças a uma "injustificada guerra contra o Iraque".
Em Berlim, uma multidão carregava cartazes que declaravam "Guerra à guerra imperialista", "Parem a campanha de Bush" e "Não queremos sangue por petróleo". Entre os cartazes também se viam algumas bandeiras iraquianas e palestinas.
A polícia local estimou que cerca de 8.000 pessoas participaram da passeata, enquanto os organizadores avaliaram o número em 30 mil. Não houve registro de nenhum incidente.
Cerca de 300 japoneses protestaram pacificamente no centro de Tóquio contra a possibilidade de guerra contra o Iraque.
"Esta marcha pela paz é para que o governo japonês desista de dar qualquer apoio a esta guerra", declarou um dos organizadores da manifestação. "Como cidadãos globais, temos o desejo de colaborar com o movimento mundial pela paz."
O primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, pediu aos EUA que buscassem uma cooperação internacional no caso do Iraque e solicitou que Bagdá se submetesse incondicionalmente às inspeções da Organização das Nações Unidas.
O presidente dos EUA, George W. Bush, que viajou ontem ao balneário de Los Cabos (México) para participar da cúpula anual do Fórum de Cooperação Ásia Pacífico (Apec), reiterou que está pronto para ordenar uma ação militar contra o regime de Saddam Hussein, acusado de manter armas químicas e biológicas.
"Se a ONU não agir, se Saddam Hussein não for desarmado, lideraremos uma coalizão para desarmá-lo", disse Bush durante um encontro com o presidente mexicano, Vicente Fox.


Com agências internacionais.


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