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Vantagem democrata cresce nos EUA
A menos de duas semanas das eleições, oposição abre 11 pontos e aumenta chance de recuperar controle do Congresso
Insatisfação com a guerra no Iraque também cresce e agora atinge quase 60% dos eleitores; escândalo sexual registra impacto menor
DA REDAÇÃO
A menos de duas semanas
das eleições legislativas nos Estados Unidos, duas pesquisas
divulgadas ontem traduziram
em números uma tendência
que deve mudar o equilíbrio de
poder no país. Em ambas as
sondagens os democratas ampliaram para 11 pontos percentuais a vantagem sobre os republicanos do presidente George
W. Bush na preferência do eleitorado, que irá renovar toda a
Câmara dos Representantes e
um terço do Senado no dia 7.
A pesquisa do instituto
Zogby e da agência Reuters ouviu 1.013 eleitores: 44% afirmaram que votarão no Partido Democrata e 33% no Republicano.
Na pesquisa anterior, há um
mês, a vantagem era de nove
pontos. O Pew Research Center, órgão independente de
Washington, obteve números
diferentes e vantagem igual:
49% contra 38%.
A crescente insatisfação com
a Guerra do Iraque, que tem
dominado a campanha, teve
impacto significativo na ascensão democrata. As dúvidas sobre a ação militar norte-americana no país árabe aumentaram desde a pesquisa anterior
da Zogby-Reuters: 57% acreditam que o esforço de guerra não
vale o sangue derramado, contra 53% um mês atrás.
Enquanto a pesquisa era divulgada, a morte de mais cinco
soldados dos EUA fazia de outubro o mês com o maior número de baixas americanas no
Iraque no último ano: 96. Além
deles, 28 policiais foram mortos ontem no Iraque, em uma
emboscada na capital, Bagdá.
Na pesquisa do Pew, 43% dos
entrevistados acham que os
EUA fizeram a coisa certa ao invadir o Iraque, contra 49% em
setembro. A proporção dos que
consideram que a ação no Iraque vai mal subiu de 48%, em
setembro, para 59% na pesquisa divulgada ontem.
As duas casas do Congresso
norte-americano são dominadas pelo partido de Bush (veja
quadro). Para recuperar a
maioria nas duas, os democratas precisam de mais 15 deputados e seis senadores.
A porcentagem de indecisos
(19% dos eleitores) ainda é significativa, mas o tempo está ficando escasso para que os republicanos virem o jogo. "Os
republicanos estão em apuros",
disse o pesquisador John
Zogby. "Ainda há muitas disputas abertas, mas a montanha a
ser escalada pelos republicanos
é alta, e está ficando tarde."
A maioria dos eleitores não
deve ser influenciada pelo escândalo envolvendo o deputado republicano Mark Foley,
que há cerca de um mês teve
que renunciar depois da revelação de que enviara e-mails com
conteúdo sexual a ajudantes
adolescentes do Congresso. Segundo a pesquisa Zogby-Reuters, 74% dos entrevistados disseram que o caso não terá influência em seu voto.
Ontem Bush voltou a abordar o principal tema da campanha, defendendo mais uma vez
a política adotada por seu governo no Iraque. "Não podemos permitir que nossa insatisfação se transforme em desilusão sobre nosso objetivo na
guerra." No dia anterior Bush
admitira que não estava satisfeito com a situação no Iraque.
Metade dos entrevistados na
pesquisa Zogby-Reuters é favorável à saída das tropas norte-americanas até o fim de 2007.
Alvo preferencial dos que criticam a ação dos EUA no Iraque, o secretário de Defesa Donald Rumsfeld contra-atacou.
Para ele, as críticas carecem de
objetividade por terem motivação eleitoral. "Estamos na temporada política e todos estão
tentando fazer alguma travessura, transformar [o tema do
Iraque] em um futebol político", disse Rumsfeld. Segundo a
pesquisa Zogby-Reuters, 49%
dos consultados não vêem motivo para ele deixar o cargo.
Além de defender sua política para o Iraque, Bush tocou
ontem em outros temas quentes da campanha, como a união
civil entre homossexuais. O
presidente norte-americano
criticou a decisão emitida na
quarta-feira pelo Supremo de
Nova Jersey, que determinou
que casais homossexuais devem ter os mesmos direitos dos
heterossexuais. "Acredito que o
casamento é uma união entre
um homem e uma mulher",
disse Bush. "É uma instituição
sagrada que é crítica para a saúde de nossa sociedade e o bem-estar das famílias, e precisa ser
defendida."
Outros estados do país têm
leis que permitem a união entre pessoas do mesmo sexo,
mas só no de Massachusetts o
casamento gay é legal.
Clinton
A senadora Hillary Clinton,
uma das principais candidatas
democratas à sucessão de Bush,
festejou ontem seu 59º aniversário com um disputado jantar
de arrecadação de fundos em
Nova York, com convites a US$
1.000 cada. O ex-presidente Bill
Clinton contou que, ao perguntar o que a mulher queria de
presente, Hillary pediu que ele
fizesse campanha pelos candidatos democratas.
Com agências internacionais
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