São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 2011

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Brasil tem de atuar, não se abster, diz embaixador dos EUA

Durante entrevista a Folha e UOL, Thomas Shannon faz referência a votos do Brasil na ONU sobre Líbia e Síria

Ele demonstrou ainda simpatia pelo desejo brasileiro de obter assento permanente no Conselho de Segurança

FERNANDO RODRIGUES

DE BRASÍLIA

O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon, disse ontem que "o Brasil tem a oportunidade de tomar passos importantes e de passar de um país que se abstenha para um país que atua".
O diplomata se referia a posições recentes de neutralidade do Brasil na ONU (Organização das Nações Unidas) a respeito de conflitos no mundo árabe.
O país preferiu se abster quando as Nações Unidas autorizaram, no início deste ano, ações militares na Líbia, por exemplo.
Apesar de sua observação crítica, o embaixador americano no país disse entender a posição brasileira de "balancear sua relação nos Brics [grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] e no Ibas [Índia, Brasil e África do Sul]".
Ele também procurou demonstrar simpatia pela postulação do Brasil a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Chegou até a avançar um pouco, em linguagem diplomática, no apoio ao desejo brasileiro.
Em entrevista à Folha e ao UOL, disse que "o processo de reformar o Conselho [de Segurança da ONU] e determinar os novos integrantes ou membros do Conselho não é tanto uma troca transacional como [também] um processo de reconhecer o poder, o poder no mundo e os países que têm capacidade de atuar no mundo".
Emendou afirmando que "o Brasil é obviamente parte desse grupo de países".
Para o embaixador norte-americano, que falou em português, "o Brasil, com seu papel a cada dia mais importante no mundo, está entendendo de uma forma nova o seu próprio poder e a sua própria influência no palco global".
"Eventualmente, o Brasil vai entender que uma coisa é atuar dentro da formalidade das organizações internacionais e outra coisa é falar de seus princípios e valores."
Ele disse que continua pré-agendada para março do ano que vem a visita da presidente Dilma Rousseff a Washington, quando o tema da reforma das Nações Unidas estará em pauta.

FOLHA-UOL
O programa "Poder e Política - Entrevista" é uma parceria entre a Folha e o UOL.

FOLHA.com
Assista à entrevista de Thomas Shannon em
folha.com/no997164


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