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"É mais seguro que o Rio", dizem militares
DA ENVIADA A PORTO PRÍNCIPE
"Aqui está mais seguro do
que o Rio." A frase circulava
anteontem entre militares
brasileiros da Minustah, a
força da ONU no Haiti.
Os militares do Brabatt 2
(2º Batalhão de Infantaria da
Força de Paz Brasileira ) levavam jornalistas e convidados
do governo brasileiro como
acompanhantes em uma
ronda noturna pelo devastado centro de Porto Príncipe.
"Essa zona estava tomada
por gangues. Eles ocupavam
as ruas com grandes barricadas de lixo", lembra o major
Alexandre Leonardo.
A comitiva havia acabado
de passar pelo Ponto Forte
12, ao lado do mercado público da capital haitiana, batizado de "cozinha do inferno".
"Hoje não existe nenhum
ponto de Porto Príncipe onde
não possamos entrar", completa o oficial.
Os "pontos-fortes", espécie de quartéis-generais instalados em locais-chave, foram o eixo da estratégia dos
militares brasileiros para
controlar as favelas haitianas. Deles partiam as patrulhas e se irradiava a presença
das forças de segurança.
A principal favela da capital, a Cité Soleil, com 300 mil
habitantes, foi "pacificada"
-para usar o termo carioca-
em 2007, após dois anos e nove meses de ação.
As semelhanças de metodologia entre o Rio de Janeiro
e o Haiti não são acaso.
Como também não é acaso
que parte dos 800 militares
que atuarão na operação carioca, da Companhia de Paraquedistas, tenha passagens pela Minustah.
Os militares brasileiros em
Porto Príncipe evitam, porém, comparações diretas,
dada a controvérsia em torno
do uso de militares em segurança interna no Brasil.
Enfatizam a diferença de
status jurídico de cada ação.
No Haiti, as tropas brasileiras
têm um mandato da ONU para tal, e regras específicas de
conduta, à diferença do Rio.
Ainda assim, a atuação da
Minustah foi criticada por
ONGs e especialistas pelo
uso excessivo da força.
A estratégia de segurança
também sofreu um revés
após o terremoto, no qual fugiram milhares de prisioneiros e integrantes de gangues
ainda não recapturados.
"O meu índice é a dona
Maria. Se a dona Maria está
tomando o ônibus dela, fazendo compras e voltando
para casa, estamos bem", diz
o general brasileiro Paul
Cruz, que comanda os solados de 19 países que integram a Minustah.
(FM)
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