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Fronteira das Coreias tem novos disparos
Sons de tiros vindos da Coreia do Norte foram ouvidos durante visita de militar americano a ilha do Sul atacada
Segundo Seul, disparos
não cruzaram fronteira;
China faz críticas a
exercícios com EUA
a partir de amanhã
FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM
Militares sul-coreanos estacionados na ilha Yeonpyeong, atacada na terça-feira, disseram ontem ter ouvido disparos de artilharia vindos da Coreia do Norte. Nenhum projétil, porém, atravessou a tensa linha fronteiriça entre os dois países.
Os disparos ocorreram
pouco após o comandante
militar dos EUA na Coreia do
Sul, general Walter L. Sharp,
ter visitado a ilha bombardeada, onde morreram quatro sul-coreanos, dois civis e
dois fuzileiros navais.
Mais tarde, o Ministério da
Defesa sul-coreano informou
que os disparos foram provavelmente feitos durante exercício militar ou tinham o objetivo de assustar os militares
em Yeonpyeong, distante 12
km da Coreia do Norte.
O episódio levou mais tensão à Coreia do Sul, que amanhã dará início a quatro dias
de manobras navais em conjunto com forças americanas, incluindo o porta-aviões
USS George Washington,
com 6.000 tripulantes.
Em sua tradicional linguagem agressiva, a agência de
notícias estatal norte-coreana, KCNA, disse que os exercícios conjuntos podem levar
a região "à beira da guerra".
"[O Exército norte-coreano] se prepara para dar uma
chuva de fogo terrível e explodir o bastião dos inimigos", disse a nota da KCNA.
O governo do presidente
sul-coreano, Lee Myung-bak,
enfrenta onda de críticas pela reação supostamente fraca
e tardia ao ataque de terça,
um dos incidentes militares
mais graves desde o fim da
Guerra da Coreia, em 1953.
As críticas derrubaram anteontem o ministro da Defesa, Kim Tae-young. Na noite
de ontem, foi nomeado o seu
substituto, o general reformado Kim Kwan-jin, 61.
CHINA
A China, principal aliado
norte-coreano, emitiu comunicado ontem no qual opõe-se a "quaisquer atos militares
em nossa zona econômica
exclusiva [200 milhas náuticas] sem permissão".
Em julho, um protesto
mais veemente da China contra manobras militares no
mar Amarelo levou os EUA e
a Coreia do Sul a transferir
um exercício naval para a
costa leste da península.
Ontem, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, falou por telefone com o
chanceler chinês, Yang Jiechi. O teor da conversa, no
entanto, não foi revelado.
Os EUA dizem que os exercícios estavam previstos antes do bombardeio de Pyongyang à ilha da Coreia do Sul.
Contrariando a decisão da
Coreia do Sul, o enviado da
ONU para direitos humanos
à Coreia do Norte, o indonésio Marzuki Darusman, exortou ontem o envio de auxílio
ao país e o diálogo com o regime do ditador Kim Jong-il.
Com agências internacionais
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