São Paulo, sábado, 27 de novembro de 2010

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Fronteira das Coreias tem novos disparos

Sons de tiros vindos da Coreia do Norte foram ouvidos durante visita de militar americano a ilha do Sul atacada

Segundo Seul, disparos não cruzaram fronteira; China faz críticas a exercícios com EUA a partir de amanhã

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

Militares sul-coreanos estacionados na ilha Yeonpyeong, atacada na terça-feira, disseram ontem ter ouvido disparos de artilharia vindos da Coreia do Norte. Nenhum projétil, porém, atravessou a tensa linha fronteiriça entre os dois países.
Os disparos ocorreram pouco após o comandante militar dos EUA na Coreia do Sul, general Walter L. Sharp, ter visitado a ilha bombardeada, onde morreram quatro sul-coreanos, dois civis e dois fuzileiros navais.
Mais tarde, o Ministério da Defesa sul-coreano informou que os disparos foram provavelmente feitos durante exercício militar ou tinham o objetivo de assustar os militares em Yeonpyeong, distante 12 km da Coreia do Norte.
O episódio levou mais tensão à Coreia do Sul, que amanhã dará início a quatro dias de manobras navais em conjunto com forças americanas, incluindo o porta-aviões USS George Washington, com 6.000 tripulantes.
Em sua tradicional linguagem agressiva, a agência de notícias estatal norte-coreana, KCNA, disse que os exercícios conjuntos podem levar a região "à beira da guerra".
"[O Exército norte-coreano] se prepara para dar uma chuva de fogo terrível e explodir o bastião dos inimigos", disse a nota da KCNA.
O governo do presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, enfrenta onda de críticas pela reação supostamente fraca e tardia ao ataque de terça, um dos incidentes militares mais graves desde o fim da Guerra da Coreia, em 1953.
As críticas derrubaram anteontem o ministro da Defesa, Kim Tae-young. Na noite de ontem, foi nomeado o seu substituto, o general reformado Kim Kwan-jin, 61.

CHINA
A China, principal aliado norte-coreano, emitiu comunicado ontem no qual opõe-se a "quaisquer atos militares em nossa zona econômica exclusiva [200 milhas náuticas] sem permissão".
Em julho, um protesto mais veemente da China contra manobras militares no mar Amarelo levou os EUA e a Coreia do Sul a transferir um exercício naval para a costa leste da península.
Ontem, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, falou por telefone com o chanceler chinês, Yang Jiechi. O teor da conversa, no entanto, não foi revelado.
Os EUA dizem que os exercícios estavam previstos antes do bombardeio de Pyongyang à ilha da Coreia do Sul.
Contrariando a decisão da Coreia do Sul, o enviado da ONU para direitos humanos à Coreia do Norte, o indonésio Marzuki Darusman, exortou ontem o envio de auxílio ao país e o diálogo com o regime do ditador Kim Jong-il.


Com agências internacionais


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