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Na era YouTube, candidatos se aliam a blogueiros e internet vira palco maior
DE WASHINGTON
Ao soltar a frase -já incorporada ao léxico político local-
"I'm in!" (estou dentro), sábado
retrasado, Hillary Clinton não
convocou uma entrevista coletiva. Postou um vídeo no site de
sua campanha, dando início à
primeira eleição presidencial
americana da era YouTube.
Desde então, em vez dos tradicionais encontros com a militância pelo país, marcou uma
série de videoconferências sobre os temas que lhe são mais
caros: saúde pública universal e
educação infantil, entre outros.
Nelas, o público participa como
numa sala de bate-papo virtual.
Como Hillary, mas antes,
também Barack Obama, o governador do Novo México, Bill
Richardson, e o ex-candidato à
vice-presidência John Edwards anunciaram suas intenções primeiro pela rede.
É um mundo novo, pelo menos para a tradicional política
dos EUA. Quando Hillary revelou quem estaria em sua equipe
de campanha, um nome chamou a atenção: Peter Daou. Velho conhecido da blogosfera,
ele será "conselheiro para assuntos de blog". Já Arianna
Huffington, criadora de um dos
mais importantes blogs liberais, o "Huffington Post", anuncia o primeiro debate virtual.
Tal preocupação com o efeito
da campanha no meio e a opinião dos eleitores-internautas
levou o "Wall Street Journal" a
batizar o fenômeno de "netroots primaries", que pode ser
traduzido como "primárias da
internet". Diferentemente das
oficiais, que começam em janeiro de 2008, essas já estão no
ar e em plena atividade.
Mas a rapidez do meio requer
prática e habilidade, o que nem
todos têm. Por orientação de
seus conselheiros, o escritório
da democrata comprou anúncios em blogs conservadores,
uma das principais fontes de
críticas a Hillary. A iniciativa
saiu pela culatra: tão logo seus
pares descobriram, passaram a
denunciar os blogueiros "vendidos"; esses tiveram de devolver o dinheiro dos anúncios para manter a "credibilidade".
O outro problema é a facilidade com que vazam vídeos e
entrevistas. Nesta semana, caiu
na rede um vídeo de um debate
do ex-governador de Massachusetts e atual presidenciável
republicano Mitt Romney com
o senador democrata Ted Kennedy. Nele, Romney defende o
direito ao aborto e o dos gays.
Tão logo souberam do "ataque", os assessores de comunicação do candidato fizeram um
contra-ataque viral: soltaram
um vídeo atual de Romney dizendo que, passados 13 anos,
sua opinião mudou. A iniciativa
satisfez os blogueiros. Por enquanto.
(SD)
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