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Peres ganha nova chance de ser presidente
DA REDAÇÃO
O escândalo que obrigou
o presidente Moshe Katsav a se afastar nesta semana sob o peso de acusações graves, como estupro
e assédio sexual, fez os israelenses lembrarem das
maquinações que o levaram ao cargo e a lamentar
um vexame que poderia
ter sido evitado.
Em agosto de 2000, tudo indicava que Shimon
Peres seria eleito com facilidade pelo Parlamento
para ocupar a Presidência
de Israel. O cargo, de caráter puramente cerimonial,
coroaria uma carreira de
41 anos, ao longo da qual
foi premiê duas vezes, ministro de várias pastas e
arquiteto dos acordos de
Oslo (1993), pelos quais
recebeu o Nobel da Paz.
Apesar da destacada posição internacional, Peres
perdeu para o inexpressivo Katsav, ex-ministro do
Turismo e conhecido apenas internamente, devido
a disputas partidárias.
O surpreendente resultado foi um castigo da oposição ao premiê Ehud Barak, aliado de Peres, que
enfrentava a fúria da direita pelas concessões feitas
ao líder palestino Iasser
Arafat na cúpula de Camp
David, nos EUA.
Com a quase certa renúncia de Katsav, que deve ser indiciado criminalmente, Peres volta a ser
apontado como o melhor
nome para ocupar a Presidência. Aos 83 anos e estigmatizado em seu país
como "o homem que não
sabia vencer", título de sua
biografia em hebraico, Peres tem a chance de rir por
último.
(MN)
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