São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 2011 |
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Insatisfação se espalha e chega ao Iêmen Manifestantes exigem saída de Ali Abdullah Saleh, no poder desde 1978; oposição marca novos atos para hoje País é o mais pobre do mundo árabe, com indícios de atuação da Al Qaeda; EUA veem a situação como perigosa
DA ASSOCIATED PRESS Inspirados pela revolta popular que derrubou o governo da Tunísia neste mês, dezenas de milhares de manifestantes foram às ruas no Iêmen, considerado o país mais pobre do mundo árabe, para exigir a saída do ditador Ali Abdullah Saleh, que está no poder há mais de 32 anos. Os maiores protestos ocorreram na capital iemenita, Sanaa. Manifestantes fecharam ruas em quatro setores da cidade e gritaram slogans contra o governo de Saleh. Milhares saíram às ruas também na província de al-Hudaydah, às margens do mar Vermelho. Em atos semelhantes nas províncias de Dali e Shabwa (sul do país), a polícia usou cassetetes para dispersar os participantes. Líderes da oposição marcaram novos protestos para hoje. "Não aceitaremos menos que a saída do presidente", disse o parlamentar independente Ahmed Hashid. "Só ficaremos satisfeitos quando ouvirmos dele as palavras "eu compreendo'", completou Hashid, em referência a declarações feitas pelo ex-ditador Ben Ali ao deixar o governo da Tunísia. TENSÕES INTERNAS Desde a queda da ditadura tunisiana, duas semanas atrás, Saleh tem procurado reduzir as tensões internas no Iêmen adotando medidas como aumento dos salários do Exército, corte de impostos e controle de preços. O governo também despachou soldados para pontos-chave de Sanaa e adjacências, na tentativa de prevenir a eclosão de manifestações públicas contra seu governo. As medidas, no entanto, não surtiram o efeito esperado. Acusado de corrupção, o ditador vem negando os rumores de que esteja preparando seu filho para sucedê-lo. Oficialmente, seu mandato termina daqui a dois anos, mas existem propostas de emenda à Constituição para mantê-lo no poder por mais dois períodos de dez anos. POBREZA E TERRORISMO Quase metade da população do Iêmen vive abaixo da linha de pobreza (menos de US$ 2 por dia) e sem acesso a saneamento básico. Das estradas iemenitas, menos de um décimo é pavimentado. Indícios de atividade de um braço da Al Qaeda motivaram neste mês uma visita de Hillary Clinton ao país, a primeira feita por um secretário de Estado norte-americano em duas décadas. Texto Anterior: Foco: Reduto da elite egípcia, cidade costeira acompanha de longe as manifestações Próximo Texto: Análise: Vizinhança em turbulência reaviva o fantasma do isolamento de Israel Índice | Comunicar Erros |
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