São Paulo, quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

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Taleban se beneficia de governo fraco

DA REDAÇÃO

As poucas semanas que os EUA e seus aliados levaram para derrubar o Taleban do poder no Afeganistão, após invadirem o país, em 2001, podem ter dado a impressão de que a vitória seria definitiva. Mas essa ilusão se foi, e hoje o presidente Bush está pressionando os países-membros da Otan (aliança militar ocidental) para que o ajudem a conter o avanço da milícia radical islâmica.
Quando começaram a bombardear o Afeganistão, atrás do terrorista saudita Osama bin Laden e de outros membros da Al Qaeda que tinham abrigo do Taleban, os EUA usaram as divisões internas do país a seu favor. Uma liga de líderes tribais ajudou na deposição do Taleban, que controlava a maior parte do país desde 1996.
Mas o fato de haver no Afeganistão vários focos de poder independentes, representados por tribos e grupos armados distintos, muitos dos quais envolvidos em tráfico de ópio, hoje joga contra os interesses americanos.
Essa fragmentação faz com que o governo central, instalado em 2004 por meio de eleições incentivadas pelos EUA, seja fraco. Além disso, o governo do presidente Karzai tem perdido a simpatia de líderes locais com medidas como o combate ao cultivo do ópio.
Como conseqüência, o Taleban conseguiu reagrupar milicianos a partir de 2003 e passou recentemente a expandir seu poder no sul do país, combatendo as forças da Otan -que contam com cerca de 32,8 mil homens ali. Só neste ano, mais de 3.700 pessoas morreram.
A fim de impedir que o Taleban ganhe mais território, e enfrentando dificuldades na tentativa de conter a violência sectária no Iraque, Bush começou a exigir apoio logístico maior dos países da Otan na luta contra a milícia. Ele obteve sucesso com o Reino Unido, que vai mandar 1.400 homens -que se juntarão aos 7.700 já lá- e com a Itália, que manterá lá seus 1.900 militares.
O próprio Bush ordenou que 3.000 homens se juntem à força americana no Afeganistão, com 14 mil soldados.


Com agências internacionais e o "Financial Times"


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