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São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 2003

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AÇÃO MILITAR

Com sul bloqueado, aviões levam tanques e helicópteros para formar nova frente de ataque

EUA descarregam arsenal no norte

DA REDAÇÃO

Depois de efetuarem anteontem o primeiro grande deslocamento de tropas no norte do Iraque, com o lançamento de 1.000 pára-quedistas, os EUA começaram a fortalecer posições na nova frente de ataque contra Bagdá. O avanço à capital pelo sul continua lento, devido à intensa resistência dos soldados iraquianos.
Aviões C-130 iniciaram ontem desembarques de arsenal americano, ao mesmo tempo em que mais 200 soldados, originários de bases na Itália, chegaram ao norte, segundo informações do Pentágono. Até então, as operações dos EUA na região limitavam-se a bombardeios diários contra posições supostamente ocupadas pelos soldados fiéis a Saddam, em cidades como Mossul e Kirkuk, e à atuação de forças especiais.
Os bombardeios não cessaram, pelo contrário: um deles, ontem, em Mossul, teria deixado 50 vítimas civis, segundo a TV Al Jazeera. Mas agora cargueiros desembarcam tanques M1A1 Abrams, veículos de combate e helicópteros, de acordo com o "New York Times". A missão dos pára-quedistas da 173ª Brigada Aerotransportada seria "limpar o caminho" para as tropas que chegariam nas próximas semanas.
Fontes do Departamento da Defesa informaram que os EUA pretendem ter em abril 200 mil de seus soldados em território iraquiano. Hoje o governo americano mantém 250 mil homens no golfo Pérsico, mas não mais que 100 mil dentro do Iraque.
Esses soldados entrariam no Iraque pelo Kuait, incluindo a 4ª Divisão de Infantaria, vinda do Texas, a 1ª Divisão Blindada, vinda da Alemanha, e o 2º Regimento de Cavalaria, do Colorado.
O ministro da Defesa do Iraque, Sultan Hashem Ahmed, disse que a coalizão anglo-americana "está tentando abrir um front no norte para diminuir a pressão [da resistência] em outras regiões". E advertiu os curdos a não se aliarem as tropas invasoras. "Espero que nossos irmãos [os curdos] não tomem a condição de traidores para que não fiquem registrados na história como traidores."
Segundo relatos da Reuters, forças curdas cruzaram os limites de sua região e o restante do país e tomaram postos antes ocupados pelos iraquianos. O mesmo Ahmed previu que as tropas da coalizão podem cercar Bagdá entre cinco e dez dias. "Eles podem passar pela resistência. Onde irão depois? Terão que entrar na cidade. O combate será travado nas ruas. E venceremos em dois meses."
Trinta e sete marines ficaram feridos (três deles em estado crítico) ao sul de Nassiriah, depois que um quartel de comando dessas tropas foi bombardeado pelas próprias unidades americanas, segundo informações de oficiais dos EUA. O "fogo amigo" teria ocorrido em meio a combates com forças iraquianas na região.
Em Basra, os britânicos anunciaram a destruição de 14 tanques iraquianos na suposta tentativa de uma coluna, com até 120 veículos, de sair da cidade furando o cerco feito pela coalizão.
A capital Bagdá foi alvo de fortíssimos ataques. Segundo o governo, até ontem eram mais de 350 civis mortos e 3.650 civis feridos. A coalizão confirmava a morte de 44 de seus soldados.


Com agências internacionais


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