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São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 2003

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Civis deixam Basra em busca de água e comida

DAVID FOX
DA REUTERS, EM BASRA

Três grandes colunas de fumaça cobriam Basra ontem, enquanto milhares de civis cansados e com sede deixavam a cidade cercada no sul do Iraque em busca de abrigo, comida e água.
O comando britânico disse que destruiu 14 tanques iraquianos do comboio que tentou deixar a cidade ontem -os demais veículos, até 120, teriam dispersado.
"É tiro o tempo todo", disse Maklim Mohammed, ao cruzar a principal ponte de Basra rumo ao sul. "Não posso mais aguentar. Estou nervoso, estou com sede", acrescentou o iraquiano.
Militares de britânicos que estão em tanques fazendo a guarda da ponte afirmaram que o fluxo de civis deixando a cidade era constante desde o nascer do sol.
Muitos estavam partindo a pé com seus pertences em busca de abrigo com amigos ou parentes em Azubayr, cerca de 20 km ao sul de Basra. A maioria era composta de homens que diziam que, quando encontrassem comida e água, iriam retornar para abastecer suas famílias.
A ONU se disse alarmada com a crise humanitária em Basra, onde os serviços de abastecimento de água e de energia foram cortados há alguns dias. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha afirmou ter conseguido restabelecer parte do fornecimento de água. Mas os moradores da cidade contaram ser difícil encontrar.
Na principal ponte de acesso a Basra, cerca de 150 homens se sentaram e cortaram a via após um tanque impedi-los de entrar na cidade. "Por que você está aqui? Isto é Iraque", disse a um militar britânico um homem idoso, com um forte sotaque em inglês, após ser impedido de passar.
"Você deve ir embora", disse um jovem comandante do tanque. "É para o seu bem."


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