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São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 2003

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Virtual eleito quer fortalecer vínculo com o Brasil

DO ENVIADO ESPECIAL A ASSUNÇÃO

Eleito ontem presidente do Paraguai para um mandato de cinco anos, o ex-jornalista Nicanor Duarte Frutos disse à Folha que pretende fortalecer as relações do Paraguai com o Brasil e lutar pela consolidação do Mercosul como requisito necessário para a negociação da Alca [Área de Livre Comércio das Américas].
"O Mercosul, para mim, é fundamental. Concordo com a posição do presidente Lula, de que temos que aumentar a integração regional do bloco, se possível integrando-o também ao Pacto Andino", disse. "Somente se tivermos um Mercosul coeso teremos maior capacidade de negociar a entrada à Alca com critérios razoáveis de defesa para as nossas economias", afirmou.
Para ele, nem mesmo o Brasil ou a Argentina, parceiros mais fortes do bloco, têm condições de negociar sozinhos. "Individualmente não somos nada", disse.
Questionado sobre a relação bilateral entre o Brasil e o Paraguai, Duarte Frutos citou uma oferta, feita pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para empréstimos para investimentos no país. "Numa visita no ano passado, o presidente [Fernando Henrique" Cardoso falou na possibilidade de o BNDES emprestar US$ 700 milhões para obras de infra-estrutura viária no Paraguai e de outros US$ 700 milhões para empresários brasileiros que queiram se instalar do lado paraguaio da fronteira, no Alto Paraná, com a intenção de integrar toda a região leste do Paraguai na cadeia produtiva do Mercosul."
A importância do Brasil para a economia paraguaia pode ser medida pelos dados do comércio exterior do país. O Brasil é o primeiro exportador para o país -US$ 2,4 milhões no total, no ano passado- e também o primeiro importador dos produtos locais -US$ 2,3 milhões no ano passado. Para o Brasil, porém, o Paraguai é apenas o 27º mercado importador e o 22º mercado para exportações.
Durante a campanha, os candidatos prometeram lutar pela revisão do contrato de fornecimento de energia elétrica da usina de Itaipu. A intenção é elevar os valores da energia vendida ao Brasil e eliminar as dívidas paraguaias pela construção da usina. Brasil e Paraguai têm direito, cada um a 50% da energia produzida, mas, como o Paraguai só consome 7%, o excedente é vendido ao Brasil, representando 25% das receitas orçamentárias do país. (RW)


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