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ORIENTE MÉDIO
Cerca de 50 ficam feridos em explosão em cidade perto de Tel Aviv; Israel fala em operação "Muro Protetor 2"
Suicida palestino mata bebê e mulher
DA REDAÇÃO
Um suicida palestino matou
ontem pelo menos duas pessoas
-um bebê de um ano e meio e
uma mulher- em frente a um
restaurante situado num shopping center de Petah Tikva (a 10
km de Tel Aviv, em Israel).
Cerca de 50 pessoas ficaram feridas na explosão, às 18h53 (12h53
em Brasília), reivindicada pelas
Brigadas dos Mártires de Al Aqsa
- ligadas ao Fatah, grupo político do líder palestino Iasser Arafat.
Havia várias crianças entre os feridos. Elas estavam no café atacado e numa sorveteria próxima no
momento do atentado.
Carrinhos de bebês jaziam entre
os destroços. "Eu vi um bebê que
ficou com metade da face normal
e a outra metade aberta em sangue e carne", disse Shai Gat, 19,
soldado que ajudou nos trabalhos
de resgate. "Pedaços de corpos
voaram pelos ares. Há sangue cobrindo todo o chão."
Foi a quinta ação terrorista do
gênero em Israel em pouco mais
de uma semana. O prefeito de Petah Tikva, Yitzhak Ohayoun, disse que, apesar de alertas recebidos
anteriormente, foi a primeira vez
que ocorreu uma ação com homem-bomba na cidade.
Palestinos disseram que o suicida era Jihad Titi, 18, primo de um
líder radical morto recentemente
em ação israelense no campo de
refugiados de Balata, na Cisjordânia. O comunicado das Brigadas
dos Mártires de Al Aqsa não revelava a identidade do terrorista.
Como de praxe, o governo de Israel voltou a atribuir a Arafat a
responsabilidade pelo ataque.
"Arafat é o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e é
diretamente responsável pela inação de seus serviços de segurança", disse Dore Gold, assessor do
premiê Ariel Sharon. "Ele fala sobre reformas, mas não faz nada
contra o terrorismo."
Em comunicado, a ANP condenou o ataque e disse considerá-lo
"prejudicial à causa e à imagem
do povo palestino ante a opinião
pública internacional".
A sequência de atentados suicidas em Israel reforçam os argumentos daqueles que diziam que
a operação "Muro Protetor", lançada por Sharon no final de março para "eliminar a infra-estrutura terrorista" na Cisjordânia, não
exterminaria por completo as atividades dos extremistas palestinos.
O ministro da Segurança Interna, Uzi Landau, disse ontem que o
país deve se preparar para uma
operação "Muro Protetor 2", na
qual a faixa de Gaza -território
poupado na ofensiva de seis semanas na Cisjordânia- seria incluída. Suas declarações refletem
a irritação de setores mais à direita da coalizão de governo com a
recusa nas últimas semanas do
premiê em adotar retaliações
mais pesadas contra atentados.
Na quarta-feira passada, um
suicida matou duas pessoas em
Rishon Letzion, perto de Tel Aviv,
na segunda ação do gênero nessa
cidade em duas semanas. Em 7 de
maio, outro militante matara 15
pessoas num clube de bilhar.
Na quinta, dois grandes atos terroristas fracassaram por pouco
-um contra um depósito de
combustíveis, outro em uma discoteca, ambos em Tel Aviv.
Desde setembro de 2000, quando começou a Intifada (levante),
já foram registrados cerca de 60
atentados suicidas. Segundo Israel, o número poderia ser bem
maior, não fosse a forte atuação
de seus serviços de segurança, impedindo dezenas de ataques.
Belém reocupada
Dezenas de blindados e tanques
do Exército de Israel reocuparam
ontem Belém, na Cisjordânia, impondo um toque de recolher à população. A cidade palestina havia
ficado cerca de seis semana sob
controle israelense, até 10 de
maio, quando as partes chegaram
a um acordo para o fim do cerco a
militantes palestinos armados
que haviam se refugiado na igreja
da Natividade após a entrada de
Israel na cidade. Ontem, soldados
bloquearam o acesso ao local para
impedir nova invasão da igreja.
No campo de refugiados de
Dheisheh, perto de Belém, Israel
prendeu um líder local das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, Ahmed Mughrabi, suspeito de ter recrutado dois suicidas. Os militares também fizeram novas incursões em Beit Sahour, onde fecharam uma estação de rádio, e na
periferia de Ramallah.
Com agências internacionais
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