São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002

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GUERRA SEM LIMITES

Presidente visita cemitério da 2ª Guerra na França e vai à Itália, onde comparece a reunião Otan-Rússia

Bush compara terrorismo ao nazismo

Associated Press
Bush caminha no cemitério dos soldados americanos mortos no desembarque na Normandia


DA REDAÇÃO

Comparando a luta contra o terrorismo à luta contra o nazismo, o presidente dos EUA, George W. Bush, prestou homenagem ontem, num cemitério da Normandia (noroeste francês), aos americanos mortos no desembarque aliado na França, durante a 2ª Guerra Mundial (1939-45).
Bush afirmou que as novas gerações, ao lutar contra o terrorismo, estão se sacrificando pela liberdade do mesmo modo que os soldados que lutaram contra o nazismo.
"Neste exato momento, nossa segurança ainda está ligada a uma aliança transatlântica, com soldados em vários uniformes defendendo o mundo dos terroristas", afirmou o presidente.
O discurso marcou o primeiro Memorial Day (dia em que os EUA prestam homenagem aos americanos mortos em guerra) desde os ataques de 11 de setembro. "Para muitas famílias, o pesar é recente, com as mortes sofridas no Afeganistão. Mas elas podem saber que a causa é justa e, como em outras gerações, esses sacrifícios pouparam muitos da tirania e da aflição", disse.
Bush fez um passeio solitário pelas fileiras de cruzes e estrelas-de-davi brancas que marcam as sepulturas de quase 9.400 americanos enterrados num cemitério acima da praia de Omaha, onde os EUA sofreram o maior número de mortos no ataque às posições fortificadas alemãs.

Itália
Depois de participar dos eventos na França, o presidente americano foi para a Itália, última etapa de seu giro europeu. O avião presidencial pousou no aeroporto militar de Ciampino, próximo à capital italiana, em meio a um forte esquema de segurança.
O trânsito de Roma, famoso por seus engarrafamentos, ganhou contornos de caos, depois que as ruas próximas à casa do embaixador americano foram fechadas.
O premiê italiano, Silvio Berlusconi, um dos maiores aliados europeus em relação às ações antiterrorismo dos EUA, recebeu o presidente americano e expressou a sua convicção de que a "unidade das nações civilizadas acabará com o perigo do terrorismo".
Um jantar foi oferecido ao mandatário dos EUA. O evento foi animado por uma apresentação do tenor italiano Andrea Boccelli.
No cardápio, um "jantar tricolor", favorecendo os pratos com as cores da bandeira italiana -verde, branco e vermelho.
Acompanharam Bush o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, e a assessora de segurança nacional, Condoleezza Rice. A primeira-dama americana, Laura Bush, que se juntou ao marido na visita à França, não continuou na comitiva que foi à Itália e voltou para os EUA.
Hoje, Bush deve participar da reunião de chefes de Estado da Otan (aliança militar ocidental liderada pelos EUA) e da Rússia. O encontro marcará a assinatura de um acordo que fará com que os russos passem a ter assento no conselho da organização.
Todas as linhas aéreas italianas e algumas companhias de aviação estrangeiras estão suspendendo suas operações em Roma durante o dia para evitar possíveis sequestros de aeronaves.
Segundo Berlusconi, o encontro terá como um de seus principais temas a ação conjunta contra o terrorismo.
Ele disse ainda que a discussão sobre uma possível ação contra o Iraque também deve fazer parte da pauta.
Bush tem ainda um encontro marcado com o papa João Paulo 2º, no Vaticano, antes de voltar para os EUA.

Com agências internacionais


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