São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002

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GUERRA SEM LIMITES

Membro da Al Qaeda mencionou a fita

Filme "Godzilla" foi fonte para o FBI emitir alerta terrorista em NY

SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

Em mais uma das sucessivas provas da fragilidade dos indícios com que o FBI vem preparando seus alertas terroristas, oficiais ligados à polícia federal americana disseram ontem que o filme "Godzilla" foi usado como fonte do aviso dado em Nova York no começo da semana passada.
Segundo o alerta, membros da Al Qaeda, rede terrorista do saudita Osama Bin Laden, estariam planejando ataques a monumentos da cidade como a estátua da Liberdade e a ponte do Brooklyn.
Já se sabia que o informante do FBI era Abu Zubayda, o mais graduado integrante da Al Qaeda em poder dos EUA. O que não se suspeitava era a maneira como a polícia chegou à informação.
Segundo os oficiais, o prisioneiro teria dito ao FBI e à CIA (serviço secreto dos EUA), durante uma maratona de interrogatórios, que sua rede tinha planos de atingir "aquela estátua na água" e "a ponte daquele filme".
Os agentes descobriram então que Zubayda se referia à refilmagem americana de 1998 da clássica série japonesa. Ao exibir o filme para o prisioneiro, souberam que a construção em questão é a que aparece no final de "Godzilla", quando o ser pré-histórico se enrosca na ponte do Brooklyn.
Foi com base apenas nisso que a polícia federal fez seu alerta, que mobilizou todo o esquema de segurança de Nova York e levou o chefe de polícia da cidade a pôr no ar helicópteros 24 horas por dia, atiradores de elite nos prédios mais altos e homens-rã nos rios que cercam a ilha de Manhattan.

Avisos
Ontem foi revelado que a unidade do FBI que recebeu, antes de 11 de setembro, o relatório de um agente de Phoenix (Arizona) segundo o qual alunos árabes de escolas de pilotagem podiam ser da Al Qaeda, também foi avisada sobre o perigo que oferecia o comerciante Zacarias Moussaoui. O franco-marroquino, preso nos EUA, é considerado o "vigésimo sequestrador" do 11 de setembro.
Ward Elcock, diretor do CSIS (serviço secreto canadense), disse ontem que, antes de 11 de setembro, "todo mundo recebeu algum aviso de que algo iria ocorrer", incluindo o Canadá, mas que "ninguém recebeu avisos específicos".


Com agências internacionais


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