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GUERRA SEM LIMITES
Membro da Al Qaeda mencionou a fita
Filme "Godzilla" foi fonte para o FBI emitir alerta terrorista em NY
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
Em mais uma das sucessivas
provas da fragilidade dos indícios
com que o FBI vem preparando
seus alertas terroristas, oficiais ligados à polícia federal americana
disseram ontem que o filme
"Godzilla" foi usado como fonte
do aviso dado em Nova York no
começo da semana passada.
Segundo o alerta, membros da
Al Qaeda, rede terrorista do saudita Osama Bin Laden, estariam
planejando ataques a monumentos da cidade como a estátua da
Liberdade e a ponte do Brooklyn.
Já se sabia que o informante do
FBI era Abu Zubayda, o mais graduado integrante da Al Qaeda em
poder dos EUA. O que não se suspeitava era a maneira como a polícia chegou à informação.
Segundo os oficiais, o prisioneiro teria dito ao FBI e à CIA (serviço secreto dos EUA), durante
uma maratona de interrogatórios, que sua rede tinha planos de
atingir "aquela estátua na água" e
"a ponte daquele filme".
Os agentes descobriram então
que Zubayda se referia à refilmagem americana de 1998 da clássica série japonesa. Ao exibir o filme para o prisioneiro, souberam
que a construção em questão é a
que aparece no final de "Godzilla", quando o ser pré-histórico se
enrosca na ponte do Brooklyn.
Foi com base apenas nisso que a
polícia federal fez seu alerta, que
mobilizou todo o esquema de segurança de Nova York e levou o
chefe de polícia da cidade a pôr no
ar helicópteros 24 horas por dia,
atiradores de elite nos prédios
mais altos e homens-rã nos rios
que cercam a ilha de Manhattan.
Avisos
Ontem foi revelado que a unidade do FBI que recebeu, antes de 11
de setembro, o relatório de um
agente de Phoenix (Arizona) segundo o qual alunos árabes de escolas de pilotagem podiam ser da
Al Qaeda, também foi avisada sobre o perigo que oferecia o comerciante Zacarias Moussaoui. O
franco-marroquino, preso nos
EUA, é considerado o "vigésimo
sequestrador" do 11 de setembro.
Ward Elcock, diretor do CSIS
(serviço secreto canadense), disse
ontem que, antes de 11 de setembro, "todo mundo recebeu algum
aviso de que algo iria ocorrer", incluindo o Canadá, mas que "ninguém recebeu avisos específicos".
Com agências internacionais
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