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VENEZUELA
Movimento contrário ao presidente tem de revalidar assinaturas já recolhidas; Caracas acusa líder da OEA de ser suspeito
Oposição tem 3 dias para coletar assinaturas anti-Chávez
FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO
A novela venezuelana de cerca
de um ano em torno da realização
de um referendo para decidir sobre a saída do presidente Hugo
Chávez chega neste fim de semana ao seu capítulo final. De hoje
até domingo, será a última chance
de a oposição obter as assinaturas
necessárias para convocar o voto.
A tarefa não é fácil. Segundo as
regras estabelecidas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), a
oposição tem três dias para revalidar cerca de 600 mil assinaturas.
Para tentar diminuir a tensão, a
OEA (Organização dos Estados
Americanos) e o Centro Carter,
que são observadores internacionais, serão representados respectivamente pelo secretário-geral,
Cesar Gaviria, e pelo ex-presidente dos EUA Jimmy Carter.
Ontem, o vice-presidente venezuelano, José Vicente Rangel, afirmou que, por ter simpatia pela
oposição, Fernando Jaramillo,
chefe da missão da OEA, tem de
deixar seu posto, o que fez com
que Gaviria anunciasse que comandaria a missão da entidade.
Ele deve chegar hoje a Caracas.
O secretário de Estado dos EUA,
Colin Powell, defendeu ontem a
missão da OEA, dizendo que ela
dá "credibilidade" ao processo.
Em entrevista à Folha, Felipe
Mujica, da Coordenação Democrática (CD, coalizão oposicionista), assegura que a oposição terá
ampla margem para a convocação do referendo.
Os cálculos governistas, naturalmente, vão na direção oposta.
Willian Lara, que representa Chávez no CNE, estima que ao menos
200 mil assinaturas das 1,9 milhão
coletadas e validadas na campanha anterior, em dezembro, sejam retiradas do pedido, barrando o referendo. O CNE pretende
divulgar até a sexta-feira se haverá
plebiscito -em 8 de agosto.
A corrida da oposição é também contra o relógio. Caso o plebiscito seja adiado para depois de
19 de agosto, sua realização não
interessa tanto à oposição, já que,
se Chávez perder, será substituído
por seu vice, o aliado Rangel, em
vez da convocação de novas eleições presidenciais. O mandato de
Chávez acaba em 2007.
O histórico de confrontos violentos de rua, a recente prisão de
supostos paramilitares acusados
de envolvimento numa tentativa
de golpe de Estado e as inflamadas afirmações de lado a lado puseram o país em altíssima tensão.
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