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Atentado mata 30 pessoas e deixa 250 feridos no Paquistão
Ataque retalia ofensiva contra o Taleban, diz governo; serviço secreto é atingido, apesar de elo com radicais
DA REDAÇÃO
Pelo menos 30 pessoas morreram e 250 ficaram feridas em
atentado contra as forças de segurança em Lahore, segunda
maior cidade do Paquistão. A
explosão de uma caminhonete
destruiu na manhã de ontem o
edifício que abrigava uma unidade da polícia e o ISI, poderoso serviço secreto paquistanês,
em aparente retaliação à ofensiva contra o Taleban no Swat.
Três homens chegaram atirando e lançando granadas
contra o complexo de segurança, contou o chefe de policia de
Lahore, Pervaiz Rathore. Um
dos terroristas morreu baleado
por policiais, e os outros foram
mortos quando uma caminhonete carregada de explosivos
foi aos ares, segundo Rathore.
A explosão destruiu o quarteirão e danificou cerca de 70
veículos, atingidos pelos escombros. O impacto estilhaçou
vidros a até dois quilômetros
do local do atentado, segundo a
imprensa paquistanesa.
É a primeira vez que uma base do ISI é atingida desde que,
há dois anos, radicais islâmicos
declararam guerra ao Estado
paquistanês, dando início à série de atentados que já matou
cerca de 2.000 pessoas.
A agência mantém relação
estreita com radicais islâmicos,
que atuam também nos vizinhos Afeganistão e Índia.
Acusados pelos aliados ocidentais de fazerem "jogo duplo", militares paquistaneses
dizem que os contatos do ISI
são parte da estratégia do país
pela manutenção da influência
regional, mas não significam
aliança com insurgentes.
O atentado aparentemente
marca uma guinada na relação
de seus antigos protegidos com
a agência. No passado, o ISI
preparou guerrilheiros para
enfrentar soviéticos no Afeganistão e indianos na Caxemira.
Dois suspeitos foram detidos, mas nenhuma organização
reclamou a autoria do ataque. O
ministro do Interior paquistanês, Rehman Malik, disse tratar-se uma represália de "inimigos do Paquistão" à ofensiva
militar contra os insurgentes
na região do vale do Swat.
A operação militar, deflagrada no início do mês em resposta
ao avanço do Taleban em áreas
próximas à capital, Islamabad,
provocou 1.190 baixas entre os
insurgentes, segundo o Exército paquistanês. Não há estimativas sobre as mortes de civis.
Moradores foram forçados a
deixar a área conflagrada, em
um dos maiores êxodos deste
século, segundo a ONU, que registrou 2,4 milhões de desabrigados desde o último dia 2.
Mais de 160 mil estão em campos de refugiados.
Apesar do impacto na população civil, a operação no Swat
galvaniza o país. A ofensiva, que
pôs fim a um fracassado pacto
de paz selado entre o governo e
líderes tribais em fevereiro,
tem o endosso dos principais
partidos de oposição.
Com o "Independent" e agências internacionais
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