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Otan tenta reduzir rixa em Istambul
DA REDAÇÃO
Os líderes dos 26 países da Otan
começaram a se reunir ontem em
Istambul (Turquia) para uma
reunião de cúpula até terça-feira
vista como uma oportunidade
para reparar as divisões causadas
pela Guerra do Iraque, após o
anúncio vago de um acordo para
que a aliança militar ocidental
treine as forças de segurança iraquianas.
"Estamos trabalhando juntos
para fazer com que a Otan seja
configurada militarmente para
combater as ameaças do século
21", disse o presidente dos EUA,
George W. Bush, ressaltando a
necessidade de reformular uma
organização criada na Guerra Fria
para opor-se ao bloco soviético.
Estimados 40 mil manifestantes
marcharam em Istambul em protesto contra Bush, a Otan e a presença americana no Oriente Médio, apesar de o presidente americano ter elogiado a democracia
turca como um modelo para o
mundo islâmico e defendido enfaticamente a entrada da Turquia
na União Européia, um dos principais objetivos da política externa do país.
"Aprecio muito o exemplo que
seu país estabeleceu de como ser
um país islâmico e ao mesmo
tempo um país que abraça a democracia e a liberdade", disse
Bush em encontro com o premiê
Racep Tayip Erdogan na capital
Ancara antes de seguir para Istambul. "Creio que a União Européia deve estabelecer uma data
para a sua entrada" no bloco,
acrescentou ele, em sua primeira
visita ao país.
O esquema de segurança sem
precedentes em Istambul (23 mil
homens) impediu que os manifestantes tivessem contato mais
próximo com o presidente. Pequenos atentados na semana passada na cidade deixaram ao menos quatro mortos.
Após reunião de cúpula com os
líderes da União Européia anteontem na Irlanda, Bush usou o
acordo da Otan para dizer que as
desavenças de Washington com
tradicionais aliados europeus por
causa da Guerra do Iraque estavam encerradas.
Acordo mínimo
Mas diplomatas disseram que o
treinamento de tropas foi o mínimo denominador comum alcançado e que países como França e
Alemanha seguiam contrários a
qualquer envio de tropas sob a
bandeira da Otan ao Iraque, embora 16 dos 26 membros da aliança tenham enviado tropas ao país.
O secretário-geral da aliança
ocidental, Jaap de Hoop Scheffer,
disse que existe "um novo momento na cooperação transatlântica". Ele sugeriu que o unilateralismo advogado por neoconservadores da administração Bush,
que minimizaram a importância
da Otan, está em baixa: "Os unilateralistas americanos que pensaram que os EUA não precisavam
de aliados perceberam que o país
não só precisa deles, mas também
da aliança".
A falta de detalhes sobre o acordo para o treinamento das forças
iraquianas, atendendo a um pedido do futuro governo interino do
país, sugere que ainda podem
existir divergências mesmo em
relação à limitada tarefa.
Os líderes dos países abriram o
encontro com um jantar de gala
ontem em Istambul.
Com agências internacionais
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