São Paulo, segunda-feira, 28 de junho de 2004

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GUERRA SEM LIMITES

Jornal americano diz que "técnicas avançadas de interrogatório" aguardam revisão de base jurídica

CIA suspende interrogatório duro, diz "Post"

DA REDAÇÃO

A CIA (Agência Central de Inteligência, o serviço secreto norte-americano) deixou de usar técnicas duras de interrogatório de prisioneiros, afirmou o jornal "The Washington Post". Segundo o diário norte-americano, técnicas como privação de sono, posições estressantes e a recusa de fornecer medicamentos analgésicos foram suspensas enquanto a administração do presidente George W. Bush reavalia a sua legalidade.
"A coisa toda foi interrompida até que possamos estar seguros de que ela tem base legal", disse um ex-funcionário graduado da central de inteligência ao "Post".
O jornal afirma que as chamadas técnicas avançadas de interrogatório foram aplicadas em líderes da rede terrorista Al Qaeda. A suspensão se aplica a todos os centros de detenção da CIA espalhados pelo mundo, mas não a prisões militares como a de Guantánamo, em Cuba, ou de Abu Ghraib, em Bagdá. O interrogatório de prisioneiros continuará, diz o "Post", mas sem o uso dessas técnicas. Nenhum porta-voz da CIA foi encontrado para comentar a notícia ontem.
A suspensão se segue à decisão da Casa Branca de revisar um memorando de agosto de 2002 que detalhava meios para evitar a violação de leis internacionais e dos EUA contra a tortura. O governo norte-americano passou a rever vários de seus procedimentos em relação a prisioneiros depois que veio à tona o escândalo de maus-tratos infligidos a detentos na prisão iraquiana de Abu Ghraib.
Segundo o jornal, as técnicas avançadas de interrogatório foram aprovadas por advogados do Departamento da Justiça e pelo Conselho de Segurança Nacional e exigiam a permissão do diretor da CIA para serem aplicadas.

Sem dano
Um ex-funcionário graduado do Departamento da Justiça disse que essas técnicas não configuram uma forma de tortura porque não resultam em dano físico significativo para o prisioneiro.
Outras técnicas usadas incluem barulho ininterrupto, bombardeamento com luzes e fazer o prisioneiro acreditar que está sendo interrogado por um outro governo que não o norte-americano.


Com agências internacionais


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