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Premiê do Níger desafia Blair a provar venda de urânio ao Iraque
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro do Níger,
Hama Hamadou, desafiou o premiê britânico, Tony Blair, a mostrar provas de que o Iraque havia
tentado comprar urânio no país.
"Se o governo britânico tiver
evidências para sustentar essa
afirmação, será preciso que elas
sejam mostradas para que todos
possam vê-las", afirmou.
Recentemente, quando foi
questionado no Parlamento, Blair
disse que "não poderia ser descartada a hipótese de o Iraque ter
tentado adquirir urânio para armas nucleares" e manteve sua posição sobre o caso.
A CIA (serviço secreto americano) teria recebido do serviço secreto britânico a informação de
uma suposta tentativa de compra
de urânio no Níger. A administração dos EUA disse que foi um erro
haver incluído o trecho sobre o
urânio no discurso sobre o Estado
da União proferido pelo presidente George W. Bush em janeiro.
Com as críticas à Guerra do Iraque, Blair tem visto sua popularidade cair, além de ter de enfrentar
críticos do próprio Partido Trabalhista. O caso também gerou uma
ruidosa disputa entre a rede BBC
e o governo britânico.
O diretor da CIA (serviço secreto americano), George Tenet, assumiu a responsabilidade, há
duas semanas, por não ter evitado
que o trecho fosse incluído no discurso da Casa Branca, apesar das
dúvidas da CIA sobre a credibilidade da informação.
A ONU afirma que a informação foi baseada em documentos
forjados, mas o governo britânico
diz ter fontes diferentes para sustentar essa hipótese.
"Nós fomos o primeiro país
africano a enviar soldados para
lutar contra Saddam Hussein
após a invasão do Kuait, em
1990", disse o premiê do Níger.
"Será que nós enviaríamos material para alguém contra quem
lutamos e que poderia destruir
metade do mundo com uma
bomba nuclear?", questionou Hamadou. "É impensável."
Em entrevista ao jornal "Sunday Telegraph", o premiê afirmou
que seu governo não recebeu nenhuma acusação formal de envolvimento com Saddam. "As raízes
dessa informação estão na batalha pela opinião pública por parte
dos britânicos e dos EUA."
"Não podemos nos envolver na
política das nações mais poderosas. Somos um país pobre. Nosso
urânio é estritamente controlado,
e nossas prioridades são produzir
alimentos para a população e oferecer educação para todas as
crianças", disse.
Com agências internacionais
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