São Paulo, sexta-feira, 28 de agosto de 2009

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Amorim expõe preocupação com Amazônia

CÍNTIA CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que a transparência deveria ser a tônica do acordo assinado entre os EUA e a Colômbia e que prevê a utilização de bases militares colombianas por tropas americanas.
"O nosso objetivo não é colocar ninguém no banco dos réus, mas, evidentemente, a presença estrangeira na região, com equipamento com raio de ação amplo, suscita questões. E, na medida em que essas questões forem respondidas, de preferência sob um aspecto legal, isso tenderá a contribuir para tranquilizar a todos na região", disse ontem Amorim após participar de uma conferência em Paris.
"Queremos ter a garantia de que isso não será utilizado de uma maneira que não nos interessa", completou o chanceler.
O tema da cúpula extraordinária que acontece hoje em Bariloche foi evocado também ao fim do discurso do chefe da diplomacia brasileira. Na plateia, diplomatas franceses e funcionários do Ministério das Relações Exteriores da França.
"Obviamente o Brasil respeita o direito soberano da Colômbia de assinar acordos internacionais pertinentes para assegurar a ordem no seu país", disse Amorim. Mas o ministro reiterou que a presença de bases ou instalações estrangeiras demanda "transparência" em relação ao emprego de pessoal e de equipamentos.
No discurso, Amorim mencionou ainda o fato de a presença de forças estrangeiras no território sul-americano ser assunto sensível no âmbito "político e psicológico".
"No Brasil, isso começa pela questão da Amazônia. Qualquer governo de esquerda, de direita, militar ou civil sempre se preocupou com a questão da Amazônia. E não é por nenhuma paranoia. Efetivamente, se olharmos para a história, houve milhares de planos seja pra destruí-la, seja para preservá-la."


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