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Amorim expõe preocupação com Amazônia
CÍNTIA CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS
O ministro das Relações
Exteriores, Celso Amorim,
disse que a transparência
deveria ser a tônica do
acordo assinado entre os
EUA e a Colômbia e que
prevê a utilização de bases
militares colombianas por
tropas americanas.
"O nosso objetivo não é
colocar ninguém no banco
dos réus, mas, evidentemente, a presença estrangeira na região, com equipamento com raio de ação
amplo, suscita questões. E,
na medida em que essas
questões forem respondidas, de preferência sob um
aspecto legal, isso tenderá
a contribuir para tranquilizar a todos na região",
disse ontem Amorim após
participar de uma conferência em Paris.
"Queremos ter a garantia de que isso não será utilizado de uma maneira
que não nos interessa",
completou o chanceler.
O tema da cúpula extraordinária que acontece
hoje em Bariloche foi evocado também ao fim do
discurso do chefe da diplomacia brasileira. Na plateia, diplomatas franceses
e funcionários do Ministério das Relações Exteriores da França.
"Obviamente o Brasil
respeita o direito soberano da Colômbia de assinar
acordos internacionais
pertinentes para assegurar a ordem no seu país",
disse Amorim. Mas o ministro reiterou que a presença de bases ou instalações estrangeiras demanda "transparência" em relação ao emprego de pessoal e de equipamentos.
No discurso, Amorim
mencionou ainda o fato de
a presença de forças estrangeiras no território
sul-americano ser assunto
sensível no âmbito "político e psicológico".
"No Brasil, isso começa
pela questão da Amazônia.
Qualquer governo de esquerda, de direita, militar
ou civil sempre se preocupou com a questão da
Amazônia. E não é por nenhuma paranoia. Efetivamente, se olharmos para a
história, houve milhares
de planos seja pra destruí-la, seja para preservá-la."
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