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Garoto assustado precipitou fim de cerco
DA "REUTERS"
Uma crise nervosa de um garotinho assustado levou os terroristas tchetchenos a abrir fogo no
teatro de Moscou onde mantinham centenas de reféns, precipitando a invasão do teatro por forças especiais russas, disse uma sobrevivente do drama.
A jornalista Olga Chernyak, da
agência de notícias Interfax, tinha
ido ao teatro da rua Melnikova na
noite de quarta-feira para assistir
a um musical russo popular. Mas,
no momento em que o segundo
ato começava, um "esquadrão
suicida" de cerca de 50 terroristas
invadiu o prédio e deu início à
mais dramática crise com reféns
da história russa moderna.
Chernyak contou que na terceira noite de cativeiro, quando a
tensão do prédio aumentava mais
e mais à medida que as condições
deterioravam, um garotinho sentado num dos assentos do fundo
da platéia não aguentou mais. Ele
atirou uma garrafa contra os
guerrilheiros e correu pelo corredor. "Ele correu em direção à saída, gritando "mamãe, não sei o
que fazer". Abriram fogo contra
ele, mas erraram o alvo e, em vez
dele, atingiram pessoas que estavam sentadas", disse Chernyak à
televisão russa na noite de sábado,
desde seu leito no hospital.
"Atingiram um sujeito no olho.
Havia muito sangue, borbulhava
sangue. Uma moça foi atingida no
lado do corpo. Então nos disseram: "Não se preocupem, está tudo bem"."
Ao ouvir os disparos, os comandantes das tropas de assalto que
cercavam o teatro acharam que os
terroristas tinham começado a
cumprir a promessa feita algumas
horas antes de começar a atirar
em reféns se sua exigência de retirada das tropas russas da Tchetchênia fosse ignorada.
Temendo que os sequestradores pudessem detonar explosivos
armados no interior do prédio, as
forças de segurança bombardearam grandes quantidades de gás
no teatro, fazendo com que os terroristas desmaiassem, antes de fazer entrar os esquadrões de forças
especiais.
Na confusão que se seguiu, a
maioria dos sequestradores foi
morta, incluindo o comandante
deles, Movsar Barayev. Alguns
poucos foram presos para interrogatório.
Tradução de Clara Allain
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