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Moçambique realiza 4ª eleição pós-guerra civil sob continuísmo
País, considerado exemplo regional de estabilidade, deve reconduzir ao cargo atual presidente, Guebuza
DA REDAÇÃO
Os moçambicanos vão às urnas hoje na quarta eleição presidencial desde o fim da guerra
civil, em 1992, com expectativa
de reeleição do atual presidente, Armando Guebuza, da Frelimo (Frente de Libertação de
Moçambique) -a ex-guerrilha
marxista desde 1975 no poder.
O contexto da eleição é o da
ainda incipiente, mas progressiva, recuperação após o sangrento conflito, que custou a vida de estimado 1 milhão de moçambicanos em quase 17 anos.
Na cédula, os 10 milhões de
eleitores, de uma jovem população de cerca de 23 milhões,
deverão escolher entre Alfredo
Dhlakama -líder da Renamo (a
Renovação Nacional Moçambicana, ex-guerrilha financiada
pelo regime do apartheid sul-africano)-, Daviz Simango
-dissidente da Renamo- e o
atual presidente.
Embora não haja números
confiáveis, espera-se que Guebuza obtenha entre 60% e dois
terços dos votos, o que lhe daria
maioria para aprovar emendas
constitucionais sem a oposição.
Guebuza se elegeu em 2004
para suceder Joaquim Chissano, que chegara ao poder em
1986, ainda sob guerra, e vencera as duas primeiras eleições
democráticas. Se reconduzido
ao cargo, o presidente não poderá mais concorrer -reforma
na Carta impôs limite em 2004.
Dhlakama, que lidera a Renamo desde 1979, concorre pela
quarta -e última, garante- vez
ao cargo. Há cinco anos, o opositor obteve apenas 32%, mas
na reeleição de Chissano chegou a amealhar 48% dos votos.
Prefeito de Beira, a segunda
principal cidade moçambicana,
e com o slogan "Moçambique
para todos", Simango prega a
renovação política e a superação da polarização entre os remanescentes do pós-independência de Portugal, em 1975.
Para a oposição, o favoritismo de Guebuza é fruto do domínio da máquina do Estado
consolidado durante 30 anos.
Para o governo, decorre dos
reais avanços recentes do país.
Embora ainda um dos países
mais pobres do mundo, Moçambique é considerado um
exemplo de estabilidade política e recuperação econômica na
África meridional. Na última
década, o país alcançou taxas de
crescimento de até 10% do PIB.
Mas, no front político, a campanha foi marcada por acusações de aparelhamento da Justiça, que vetou candidatos provinciais do partido de Simango,
o MDM (Movimento Democrático de Moçambique), o que
deverá prejudicar sua votação.
Com agências internacionais
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