São Paulo, Domingo, 28 de Novembro de 1999


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

REFORMAS EM XEQUE
Jornalista e político reformista é preso no Irã

das agências internacionais

Abdollah Nouri, um dos principais políticos reformistas do Irã, foi condenado a cinco anos de prisão ontem. A sentença foi emitida pela corte religiosa do país, dominada pelos conservadores.
Uma cópia da decisão diz que Nouri recebeu três anos de prisão por insultar o islamismo e mais dois anos por insultar o principal líder revolucionário iraniano, o aiatolá Khomeini (morto em 89).
A corte também proibiu Nouri de praticar atividades jornalísticas por cinco anos depois da prisão e cobrou multa de US$ 5.000 por ter estimulado agitação contra o regime islâmico. Seu jornal, o "Khordad", foi interditado, sob acusação de publicar mentiras.
Nouri declarou não ter intenções de recorrer da sentença e pediu calma a seus seguidores. Segundo ele, protestos e desordem social poderiam enfraquecer o movimento por reformas.
O Irã vive um período político tenso devido à disputa entre o presidente reformista, Mohamad Khatami, e o conservador aiatolá Ali Khamenei, principal líder espiritual do país. Khatami defende uma política de aproximação com o Ocidente, de garantia de direitos civis e de flexibilização de algumas normas islâmicas.
A sentença é um duro golpe no movimento reformista, que considerava Nouri seu futuro líder para as eleições parlamentares de fevereiro.
"A corte é ilegal. O veredicto é inaceitável", disse Faribah Davoudi, auxiliar do Nouri, que argumentou repetidamente que a corte religiosa, que não é coberta pela Constituição, é ilegal e existe apenas para impedir a liberdade de expressão e os debates.


Texto Anterior: Guerra no Cáucaso: População foge da capital tchetchena
Próximo Texto: Mercosul: Brasil planeja investimento no Paraguai
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.