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REFORMAS EM XEQUE
Jornalista e político reformista é preso no Irã
das agências internacionais
Abdollah Nouri, um dos principais políticos reformistas do Irã,
foi condenado a cinco anos de
prisão ontem. A sentença foi emitida pela corte religiosa do país,
dominada pelos conservadores.
Uma cópia da decisão diz que
Nouri recebeu três anos de prisão
por insultar o islamismo e mais
dois anos por insultar o principal
líder revolucionário iraniano, o
aiatolá Khomeini (morto em 89).
A corte também proibiu Nouri
de praticar atividades jornalísticas por cinco anos depois da prisão e cobrou multa de US$ 5.000
por ter estimulado agitação contra o regime islâmico. Seu jornal,
o "Khordad", foi interditado, sob
acusação de publicar mentiras.
Nouri declarou não ter intenções de recorrer da sentença e pediu calma a seus seguidores. Segundo ele, protestos e desordem
social poderiam enfraquecer o
movimento por reformas.
O Irã vive um período político
tenso devido à disputa entre o
presidente reformista, Mohamad
Khatami, e o conservador aiatolá
Ali Khamenei, principal líder espiritual do país. Khatami defende
uma política de aproximação
com o Ocidente, de garantia de
direitos civis e de flexibilização de
algumas normas islâmicas.
A sentença é um duro golpe no
movimento reformista, que considerava Nouri seu futuro líder
para as eleições parlamentares de
fevereiro.
"A corte é ilegal. O veredicto é
inaceitável", disse Faribah Davoudi, auxiliar do Nouri, que argumentou repetidamente que a
corte religiosa, que não é coberta
pela Constituição, é ilegal e existe
apenas para impedir a liberdade
de expressão e os debates.
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