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Hospital da Cidade de Gaza é cenário de horror e desespero
DA REDAÇÃO
Feridos e corpos despedaçados chegavam em meio a uma
confusão total ao hospital Al
Chifa, em Gaza, onde centenas
de familiares ajudavam a identificar mortos ou a encontrar
parentes desaparecidos após os
sangrentos ataques israelenses
de ontem.
Cadáveres e feridos são conduzidos em ambulâncias ou em
automóveis civis até o hospital,
no qual entram em macas ou,
na falta destas, sobre lençóis.
Pouco depois dos ataques, o necrotério já está lotado.
Corpos não identificados se
amontoam no chão do pronto-socorro e nos corredores, enquanto os feridos gritam. Totalmente sobrecarregados, os
médicos e enfermeiros se agitam depressa e correndo.
Às vezes, uma mesma maca
serve para transportar vários
corpos. Membros despedaçados caem no chão. O piso está
manchado de sangue.
A maioria das vítimas usa o
uniforme dos serviços de segurança do movimento islâmico
Hamas, que controla a faixa de
Gaza, cujo quartel-general foi o
alvo dos ataques israelenses.
Por meio de alto-falantes, os
funcionários do necrotério pedem aos parentes apinhados na
entrada que identifiquem os
corpos e os levem.
O ministro da saúde do governo do Hamas, Bassem
Naim, presente no hospital, lamentou a falta de recursos.
"Nossos recursos são muito
modestos para enfrentar esse
terrível massacre que se deu
com a cumplicidade árabe e internacional", afirmou à France
Presse.
Nas ruas de Gaza, os minaretes de várias mesquitas difundem versículos do Corão, o livro sagrado do islamismo, em
sinal de sofrimento. Mulheres
se dirigiam a pé chorando em
direção ao hospital Al Chifa.
A Al Aqsa, emissora de televisão do Hamas, transmite imagens de corpos e membros destroçados e ensangüentados que
jazem sobre o chão com a inscrição "o Holocausto continua"
na parte inferior da imagem.
Um locutor denuncia o "silêncio" e a "cumplicidade" de
alguns países árabes.
Com agências internacionais
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