São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 2008

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Hospital da Cidade de Gaza é cenário de horror e desespero

DA REDAÇÃO

Feridos e corpos despedaçados chegavam em meio a uma confusão total ao hospital Al Chifa, em Gaza, onde centenas de familiares ajudavam a identificar mortos ou a encontrar parentes desaparecidos após os sangrentos ataques israelenses de ontem.
Cadáveres e feridos são conduzidos em ambulâncias ou em automóveis civis até o hospital, no qual entram em macas ou, na falta destas, sobre lençóis. Pouco depois dos ataques, o necrotério já está lotado.
Corpos não identificados se amontoam no chão do pronto-socorro e nos corredores, enquanto os feridos gritam. Totalmente sobrecarregados, os médicos e enfermeiros se agitam depressa e correndo.
Às vezes, uma mesma maca serve para transportar vários corpos. Membros despedaçados caem no chão. O piso está manchado de sangue.
A maioria das vítimas usa o uniforme dos serviços de segurança do movimento islâmico Hamas, que controla a faixa de Gaza, cujo quartel-general foi o alvo dos ataques israelenses.
Por meio de alto-falantes, os funcionários do necrotério pedem aos parentes apinhados na entrada que identifiquem os corpos e os levem.
O ministro da saúde do governo do Hamas, Bassem Naim, presente no hospital, lamentou a falta de recursos.
"Nossos recursos são muito modestos para enfrentar esse terrível massacre que se deu com a cumplicidade árabe e internacional", afirmou à France Presse.
Nas ruas de Gaza, os minaretes de várias mesquitas difundem versículos do Corão, o livro sagrado do islamismo, em sinal de sofrimento. Mulheres se dirigiam a pé chorando em direção ao hospital Al Chifa.
A Al Aqsa, emissora de televisão do Hamas, transmite imagens de corpos e membros destroçados e ensangüentados que jazem sobre o chão com a inscrição "o Holocausto continua" na parte inferior da imagem.
Um locutor denuncia o "silêncio" e a "cumplicidade" de alguns países árabes.


Com agências internacionais


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