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Bush faz pressão por pacote econômico
No último "Estado da União", presidente diz que Congresso pode evitar recessão
Mandatário cita "resultados que poucos imaginariam" no Iraque e diz que vetará emendas parlamentares para reduzir os gastos
DA REDAÇÃO
Sob a sombra de uma esperada recessão, o presidente dos
EUA, George W. Bush, fez ontem ontem às 21h (meia-noite
no Brasil) em Washington seu
último discurso anual sobre o
"Estado da União" ao Congresso americano, focando na economia e insistindo em um pacote de estímulo ao consumo que nasceu debaixo de críticas.
Com pesquisas mostrando
que a situação econômica encabeça a lista das preocupações
dos americanos, Bush enfrenta
a perspectiva de fechar seus
dois mandatos não apenas como o líder que iniciou a guerra
no Iraque mas também como o
que levou o país à crise.
Em entrevista à rádio ABC,
antes do discurso, Bush minimizou as projeções de que os
EUA entrarão em recessão e
reafirmou sua confiança no pacote de US$ 150 bilhões que
anunciou há cerca de dez dias.
"Não acho que haverá recessão,
e uma forma de garantir isso é o
Congresso aprovar um pacote
de estímulos o mais rápido possível", disse.
No discurso, ele admitiu que
"a curto prazo, todos podemos
ver que o crescimento está desacelerando". A solução, disse,
é pôr mais dinheiro na mão das
pessoas. Para isso, insistiu, o
Congresso deve aprovar o pacote "o mais rápido possível". O
plano prevê restituições fiscais
aos indivíduos e incentivos fiscais às empresas.
"Para construir um futuro
próspero, devemos confiar nas
pessoas para lidar com seu dinheiro e dar a elas o poder de
fazer crescer nossa economia.
O povo americano é forte o suficiente para promover a liberdade no exterior enquanto seu
trabalho duro alimenta a prosperidade em casa."
Além do plano de urgência,
Bush insistiu em que o Congresso torne permanentes os
cortes de impostos aprovados
durante seu governo e que, segundo os críticos, beneficiaram
principalmente os americanos
de renda mais alta. "Se chegar à
minha mesa qualquer lei de aumento de impostos, eu a vetarei", prometeu. Bush também
exigiu que os congressistas reduzam pela metade o número e
valor de projetos aprovados por
emendas parlamentares e prometeu vetar o excedente, a fim
de reduzir o gasto público.
Enfraquecido politicamente
e eclipsado pela corrida presidencial de 2008, a preocupação
de Bush foi mais a de salvar
suas idéias do que a de oferecer
propostas inovadoras. "Não é
realista pensar que ele faria
grandes anúncios sobre o futuro quando lhe resta apenas um
ano no poder", disse a porta-voz do governo Dana Perino.
Iraque
Bush também insistiu em
que sua estratégia para o Iraque está certa. "O inimigo ainda
é perigoso e é preciso continuar
o trabalho. [Mas] as forças
americanas e iraquianas alcançaram resultados que poucos
de nós poderiam imaginar há
um ano."
Em 2008, pela primeira vez
desde o início da guerra, o Iraque não é a prioridade dos americanos: segundo uma pesquisa
do jornal "The Washington
Post" e da rede ABC, 29% dos
entrevistados vêem na economia sua maior preocupação,
contra 20% que vêem o Iraque.
Foi no discurso "O Estado da
União" do ano passado que
Bush anunciou um reforço de
cerca de 30 mil soldados no Iraque, aumentando o total para
160 mil.
O Irã também foi alvo de críticas. "Saibam disso: a América
vai confrontar aqueles que
ameacem nossas tropas (...) e
defenderemos nossos interesses vitais no golfo Pérsico."
Bush abordou ainda a questão da energia, tópico importante em seus dois últimos discursos sobre o estado da União.
" Nossa segurança, prosperidade e ambiente exigem que reduzamos nossa dependência do
petróleo", repetiu.
Com agências internacionais
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