São Paulo, domingo, 29 de fevereiro de 2004 |
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Autor pretende expor contradição democrata
DA REDAÇÃO
Folha - Qual é sua intenção ao expor as contradições dos políticos no que tange ao financiamento de suas campanhas eleitorais? Charles Lewis - Trata-se da terceira vez em que escrevemos o mesmo tipo de livro. Seu nome foi inspirado em livros muito famosos nos EUA. O primeiro é, na verdade, uma série que foi publicada nas décadas de 60 e de 70. Seu nome é "The Making of the President" [a feitura do presidente], de Theodore White. Essa série expõe o modo como um candidato a presidente é feito, como sua campanha decola etc. Todavia não fala de seu financiamento. O segundo livro chama-se "The Selling of the President, 1968" [a venda do presidente, 1968] e foi escrito por Joe McGinniss. Ele estuda o presidente Richard Nixon [1969-1974] e seu envolvimento com grupos de interesse. Sua capa mostra um maço de cigarros com o rosto de Nixon nele estampado. Ele debate a propaganda política e discute o modo como candidatos são comprados e vendidos, como quaisquer outros produtos. Na década passada, percebemos que ninguém escrevia nada sobre os segredos sujos dos candidatos, sobre o modo como eles levantam dinheiro para suas campanhas. Decidimos, então, mostrar quem estava por trás dos grandes candidatos. Sabemos que os políticos não são ingênuos em nenhum lugar do planeta e queremos dar mais transparência ao processo político americano. É muito importante que o eleitorado saiba quem dá quanto a quem, pois a retórica dos políticos todo mundo já conhece. É, portanto, crucial mostrar quem banca a candidatura de quem. Com o livro, buscamos afastar as "bobagens" da análise política, concentrando nossos esforços nos grandes financiadores dos políticos. Folha - Desta vez, as contradições
de Kerry são as mais importantes? |
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