São Paulo, quinta-feira, 29 de março de 2007

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Local da captura é foco de disputa entre Irã e Iraque

DA ASSOCIATED PRESS

Os marinheiros britânicos foram capturados perto de águas há muito disputadas entre Irã e Iraque, pouco além da foz do canal de 200 quilômetros de extensão que separa não só os dois países, mas os mundos árabe e persa.
Os vizinhos não concordam nem quanto ao nome da via aquática. Para os iranianos, é o Arvandrud, ou rio Arvand. Para os iraquianos, é Shatt al-Arab, ou "linha costeira árabe".
A via aquática formada pela confluência dos rios Tigre e Eufrates, que se unem na cidade iraquiana de Qurnah e de lá fluem para o golfo Pérsico, oferece a única saída do Iraque para o mar. Iranianos e iraquianos vêm disputando seu controle desde antes da criação dos modernos Irã e Iraque.
Em 1975, os dois países assinaram um tratado sob os termos do qual a divisa passou a correr pelo centro do canal. Cinco anos mais tarde, Saddam Hussein jogou o tratado no lixo e invadiu o Irã, deflagrando uma guerra que duraria oito anos.
No começo de 2003, forças britânicas conquistaram a área como parte da invasão que derrubou Saddam, e rapidamente promoveram a reabertura do porto de Umm Qasr -quase todo o petróleo que sai do Iraque é exportado por esse terminal, instalado na foz da via aquática.
Mas Teerã e o novo governo iraquiano não assinaram qualquer tratado que substitua o de 1975, o que significa que o controle da via aquática continua a ser objeto de disputa, disse Lawrence G. Potter, professor da Universidade Columbia, em Nova York.
"Ninguém sabe onde fica a fronteira", disse Potter. "Os britânicos podem ter considerado que estavam do lado iraquiano, e os iranianos o oposto."


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