São Paulo, sábado, 29 de abril de 2006

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Caminho para sanções econômicas é longo

DA REDAÇÃO

O cronograma diplomático é bastante lento. Não ocorrerá a imediata votação de sanções econômicas contra o Irã. O que existe é um longo jogo de pressões que deverá prosseguir nos próximos três ou quatro meses.
O primeiro passo, depois do relatório da AIEA ontem publicado, será uma reunião em Nova York, no dia 9, dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (Estados Unidos, França, Rússia, Reino Unido e China), aos quais se associa a Alemanha, que participou das negociações com o Irã em nome da União Européia.
Os americanos, com o apoio de franceses e britânicos, pretendem redigir uma resolução que evoque o Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas. Esse capítulo constata genericamente a "existência de uma ameaça à paz".
Essa primeira resolução não abordaria a possibilidade de sanções, permitindo que ela seja votada pela China e Rússia.
Nessa etapa do processo as articulações partem sobretudo do embaixador britânico na ONU, Emyr Jones-Parry, e de seu colega americano, John Bolton.
Apenas numa segunda etapa, e caso o Irã não dê uma resposta satisfatória, é que se adotariam sanções em escala ainda bastante modesta, como a cassação dos vistos para que funcionários e homens de negócio iranianos possam visitar países estrangeiros em que tenham interesses.
O Capítulo 7 tem um artigo, o 41, que prevê sanções econômicas. Elas já chegaram a ser aplicadas, por exemplo, contra a Iraque de Saddam Hussein. O artigo 42 prevê a intervenção militar em nome da comunidade internacional. Ele foi evocado para depor, em 2001, o regime fundamentalista do Afeganistão, que abrigava terroristas da Al Qaeda.
A revista "New Yorker" informou recentemente que o Pentágono estava planejando uma ação militar contra o Irã. Mas é provável que, na atual etapa, o vazamento da informação sobre os planos seja somente uma nova forma suplementar de pressão sobre o regime iraniano.


Com agências internacionais

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