DE NOVA YORK

A Comissão Judiciária do Senado americano aprovou ontem por 13 votos a 6 o nome da juíza Sonia Sotomayor para uma vaga na Suprema Corte. Agora, a indicação segue para votação do plenário da Casa, onde se espera uma aprovação por larga margem.
Caso seja aprovada, Sotomayor será a primeira magistrada de origem latina (de ambos os gêneros) a integrar o órgão.
A votação de ontem acabou seguindo uma forte polarização entre democratas -partidários do presidente Barack Obama, que indicou a juíza- e republicanos. Os 12 democratas da comissão votaram a favor da juíza e destacaram sua trajetória.
Dos sete republicanos da comissão, apenas o senador Lindsey Graham, votou a favor. O plenário do Senado só deverá discutir a confirmação de Sotomayor na próxima semana.
Graham afirmou que seu apoio à juíza foi motivado em parte por um esforço para acabar com a luta partidária que tem caracterizado as indicações para a Suprema Corte. No governo anterior, os democratas foram contrários aos indicados por George W. Bush. "Nós chegamos perigosamente perto de prejudicar uma instituição do Judiciário que manteve este país junto em diferentes momentos", disse.
Assim como os últimos indicados, Sotomayor evitou comentar temas polêmicos, como o aborto, durante o processo de perguntas e respostas no Senado. Com a confirmação, Sotomayor será a terceira mulher na história a integrar a Suprema Corte e substituirá o juiz David Souter, 69, que costumava seguir a ala liberal do órgão.
A principal resistência ao nome da juíza está ligada ao receio de que ela seja adepta do "ativismo judiciário", o que significaria, na prática, deixar que a origem latina influenciasse suas decisões.
Durante o processo de perguntas e respostas no Senado, ela disse lamentar uma declaração dada em 2001, quando afirmou esperar que as decisões de uma "latina sábia" fossem melhores do que as de um homem branco sem as mesmas experiências de vida. Disse que as palavras poderiam ter passado uma impressão errada. (JL)


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